Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Diagnóstico

Se não quer mais caminhar
Nem engatinhar
Se nada mais encanta
E os males não espanta

Se à harmonia não atende
E não a compreende
Se sabe o que fazer
Mas só sabe desfazer

Se para si mente
Promete e desmente
Se já não é mais o mesmo
E leva a vida a esmo

Se o cérebro ferve
E lhe frita
Se nada mais serve
E qualquer coisa irrita

Se insiste nos mesmos erros
E nos mesmos exageros
Se conhece o certo, não pratica
Implode e não edifica

Se deixou de ser inteligente
E optou por ser inconsequente
Se o amor está dormente
Então você está doente

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Adolescente

Agudo
No mu(n)do
Ideias
Odisseias

Fala
Cala
(Não) escutam
Relutam

Insiste, persiste
Resiste, desiste
Instável, indomável
Detestável, amável

Pequenininho
Espinho no ninho
De escanteio, sem recreio
Com receio

Vezes adulto
Risada e luto
Vezes criança
(Não) canta, (não) dança

(In)Diferente
(Des)Contente
(In)Dependente
Adolescente

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vidabol

Como o futebol se parece com a vida
Com sentimentos de alegria ensandecida
Sentimentos de tristeza na derrota
Momentos em que a força se esgota

Momentos de recuperação
Momentos de superação
Em que vamos para a dividida
Com a alma aguerrida

Oportunidades que perdemos
Oportunidades que aproveitamos
Lances em que surpreendemos
Decepções que causamos

Insanidade
Amor
Animosidade
Dor

Trocamos muitos passes
Procurando os espaços
Espaços escassos
Com marcação e enlaces

Mas a maior sagacidade
É na maioria do tempo
Jogar com simplicidade
Evitando o contratempo

E intuir o lance agudo
Ter o lampejo de craque
Ir para o ataque
Entrar com bola e tudo

Feio é jogar a toalha
Amarelar para o rival
Fugir da batalha
Antes do apito final

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Caixas

Uma caixa
Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa

Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa
Dentro de três caixas
Dentro de uma caixa

Dentro de uma caixa
Dentro de quatro caixas
Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa

Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa
Dentro de uma caixa
Dentro de três caixas

Ordene-as
Da maior para a menor
Coordene-as
Conheça-as de cor

Com tanta caixa
É difícil pensar fora da caixa
Com tanta caixa
O que se encaixa?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Comprometido

Promessas não cumpridas
Adiadas, esquecidas
Deixando pessoas no aguardo
Transferindo a outros o fardo

Não sabe dizer não
Diz sim com alarde
Tudo em vão
Covarde

Traz esperanças
E depois joga lanças
Diz que vai fazer e acontecer
Para depois esmorecer

Mea culpa
Meia desculpa
Sai pela tangente
Criança inconsequente

Se não ia fazer
Por que prometeu?
Optou pelo lazer?
Comprometeu

Comprometeu-se
Ao assumir o compromisso
Comprometeu-se
Irresponsável e omisso

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Apostas

Diferenças de discurso
Ideias divergentes
Diferenças de percurso
Poucos pontos convergentes

Como chegar a uma decisão
Com lados opostos da razão?
Como chegar a um senso comum
Com uma verdade para cada um?

É complicado o relacionamento humano
Muitas vezes caímos em desengano
E com nosso prejulgamento
Torna-se penoso o entendimento

Diferenças de conhecimento...
Vivência...
Discernimento...
Experiência

Como juntar tudo isso
Em prol de um mesmo compromisso?
Em que persistir?
Do que desistir?

Respostas difíceis
Para uns, inconcebíveis
Para outros, inteligentes
Consistentes? Ou negligentes?

Quando há pontos subjetivos
Para os mesmos objetivos
Não existem respostas
Existem apostas

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Simplicidade

Para que complicar?
Quer se mostrar inteligente?
Algo estranho no ar
Nunca está bom o suficiente

Excessivamente inventivo
Nada produtivo
Dando voltas no universo
Um tanto controverso

Se precisa fazer uma bola
Pega um quadrado
Muda de lado
E cola

Pega um triângulo
Gira em outro ângulo
Cola no quadrado
E o trapézio é acionado

Coloca o trapézio à direita
Amassa tudo, faz uma bola
Está quase pronta a receita
Só falta jogar fora

Se é simples o exercício
Por que torná-lo difícil?
Saudades da simplicidade
Que rima com facilidade

E felicidade

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Descontrole

Feroz discussão
Como um tiro no coração
Tanta animosidade
Sem finalidade

Somente o fim
Parece enterrar
A semente, enfim
Que não irá brotar

Ficará ali, sufocada
Sem conseguir emergir
Pequena e dilacerada
Na prisão do existir

O ódio se torna mágoa
Tanta lágrima deságua
Em um rio calado
Refletindo um ser enfadado

Que queria ter controle
E acabou em descontrole
Pois a falta de mansidão
Só lhe trouxe solidão

Valorizemos quem nos ama
Não matemos nossa alma com ira
Pois a cada ato que inflama
Nos posicionamos na alça da mira

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Renascer

Aquela sensação
De que tudo parou
Inibindo a ação
Quando tudo mudou

Acumulando frustrações
Pelas próprias inanições
Assim segue a caminhar
Parando no mesmo lugar

São exatos os motivos
Que produzem mortos-vivos
Quando o que deve ser feito agora
Acaba deixado para outra hora

E esta hora vai passando
Os erros seguem acumulando
A coragem vai sendo perdida
Abre cada vez mais a ferida

É necessário respirar
É necessário encarar
É necessário se convencer
Para, enfim, renascer

domingo, 18 de novembro de 2012

Estudar

Estudar, perseverar
Necessidade, oportunidade
Provação, privação
Confinamento, refinamento

Ler, escrever
Pensar, meditar
Fazer, refazer
Respirar, focar

Quebra-cabeça
Para que a mente enriqueça
Unir cada peça
Sem que nada impeça

Quebrar barreiras
Progredir
Expandir fronteiras
Usufruir

Se aprendeu
O conhecimento é seu
Investimento que soma
Ninguém lhe toma

O que é mantido
É o conhecimento adquirido
Pessoas mudam de lugar
Onde você quer chegar?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Genérico

Com tantos padrões
Só aumentam as questões
É acessível?
É compreensível?

Onipresente
Será?
Seria prepotente?
Quem entenderá?

Quais são as razões?
Razões racionais?
Tantas elucubrações
Realidades irreais?

Dizem que resolve tudo
Coerente, contudo?
Estamos cegos e surdos?
Ou vendo e ouvindo absurdos?

Limite entre genial
E Professor Pardal
É quadrado ou esférico?
Vertiginoso genérico

sábado, 10 de novembro de 2012

Lobisomem

Dizer que não sabe
Assumir fraquezas
Dizer que não cabe
Assumir tristezas

Cair em julgamento
Sentir o sofrimento
Depois, julgar com sentença
Invadir sem licença

Juiz ou réu
Mocinhos e bandidos
Invertendo o papel
Valores encardidos

Competição
Individualismo
Distorção
Cinismo

Enxergar o exterior
Enxergar o interior
O que se faz?
Que resultado traz?

Ainda não foi entendido
Em nossa alma lobisomem
Que nesse mundo perdido
Não existe o super-homem

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Para trás

Fique para trás
Hábito errado
Palavra mordaz
Punho cerrado

Fique para trás
O que não serve
O que julga incapaz
Sangue que ferve

Fique para trás
Efêmera moda
Quem nada faz
Tudo o que poda

Fique para trás
A injustiça
O que malefícios traz
A preguiça

Fique para trás
Todo tormento
Hora de pegar as pás
Cobrir tudo com cimento

Fique para trás
Fruto de infelicidade
Apodreça em paz
Em nome da liberdade

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ida

Ir
Despedir
Recomeçar
Pensar

No que foi proveitoso
No que foi desastroso
Nova oportunidade
Nova eternidade

Outra cultura
Outra loucura
Loucura da mudança
Quem não espera, também alcança

Agora é seguir
Nova porta após sair
Ato certo, ato falho
Reorganizando o baralho

De peito aberto
Olhar desperto
E o que é passado
Não será descartado

Aprendizado empírico
De modo lírico
Canalizando as energias
Tracejando as vias

Existe o agora
Existe o amanhã
E existe a hora
De uma nova manhã

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

(X)

Amigo
Inimigo
Legal
Banal

Bonito
Feio
Vazio
Cheio

Rancoroso
Amoroso
Inibido
Atrevido

Articulado
Alienado
Cativante
Pedante

Modesto
Presunçoso
Honesto
Asqueroso

Autruísta
Egoísta
Corajoso
Medroso

Ouvir
Abstrair
Assimilar
Desconsiderar

Seguir
Retrair
Questão
Opção

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mudança

Mais uma mudança
Onde estará pisando?
Outro ritmo de dança
A que estará se adequando

Para lá
Para cá
Acertar
Ou errar

A incógnita aguarda
Todo temor guarda
Hora de enfrentar
Deixar ser e estar

A decisão foi tomada
Alta tensão na tomada
Derrota ou vitória?
Bancarrota ou glória?

Hora de sair do chão
Voar pela contramão
Até que a nuvem desapareça
E a luz do sol aqueça

Esta é a sequência
Sem saber a consequência
Mas é melhor arriscar-se a voar
Do que cair sem tentar

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Pegou Pesado

Pegou pesado
Falou o que não devia
Acharam errado
E ninguém esquecia

Aquele termo infame
No meio do certame
Escândalo pela frase
Colocando-o em má fase

Oh, coisa terrível
Oh, palavra inesquecível
Colocando-o na marginalidade
Na fossa da vulgaridade

Decoradores de lições de moral
Colocam-se acima do bem e do mal
Mas na hora que o cerco cerra
Toda esta soberba encerra

Eis que julgam e mandam
Comportam-se como agiotas
Dizem que uns só falam e andam
Chamam-os de idiotas

Em suas memórias dormentes
Pegam erros alheios pelo laço
Agiotas de mentes
Agiotas do espaço

domingo, 2 de setembro de 2012

Saudades

Saudades de tempos passados
De um tempo que sonhamos vir
De momentos marcados
Do existir

Saudades das coisas que mudaram
Lugares que se desfiguraram
Pessoas que não vemos mais
Amizades reais

Saudades a distância
Que ameniza a ânsia
De um reencontro
Sob o desencontro

Saudades da simplicidade
Da cumplicidade
Do problema ignorado
Dor deixada de lado

Saudades do que não aconteceu
Do que antecedeu
À dúvida do decidir
Para qual caminho seguir

Saudades
Através das idades
Vida que segue
Mas que não nos cegue

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Eleison

Os vícios das palavras
Que impõem travas
Fazem com que tudo mude
O próprio cérebro se ilude

Situações que tentamos esquecer
E que acabam repetindo
Não deixam o clima arrefecer
Há sempre alguém assistindo

Qual será a bifurcação?
Onde está o fim da estrada?
Não há nenhuma proteção
Quando se tropeça na escada

Elementos que se misturam
Doenças que não se curam
Dia nublado pela frente
Sob o olhar convalescente

Acabou de começar
Parece nunca acabar
Fora de si mesmo
Caminhando a esmo

Mundo dá voltas
Em meio a revoltas
Kyrie eleison
Christe eleison

domingo, 29 de julho de 2012

Autossabotagem

Na madrugada
Com a casa iluminada
A vizinhança recolhida
Boa hora escolhida

Para pensar sem pressa
Sobre cada conversa
Sobre cada situação
Para adequar a visão

Movimentos frenéticos semanais
Que tentam nos impedir
De analisar os sinais
Desde a chegada até o partir

Saturação do olhar
Pedindo a Deus para guiar
Em terras tão conhecidas
Mas com profundas feridas

O silêncio é a sapiência
Infalível ciência
Deixando outros falarem
E autossabotarem

Quando fala
Autossabota
E quando se cala
A cabeça lota

Isso está indo longe demais
Desentendimentos gerais
Ecos neste meio
Sumindo o esteio

Chega de conversa
Tanta controvérsia
Contaminando a todos
Formando lodos

Isso só levará ao fim
Um fim com ruim memória
Se as coisas continuarem assim
Será sem final feliz esta história

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vento

Vento que bate forte
Cabelos que perdem a forma
Pessoas procurando o norte
Não querendo fugir à norma

Olhos semiabertos
Protegendo-se dos detritos
Temores secretos
Pensamentos aflitos

Roupas que flamulam
Testas que franzem
Rostos que formulam
Um futuro que não tangem

Um passo de cada vez
Em meio à ventania
Nas calçadas que talvez
Sejam cenários de agonia

Com algo urgente a fazer
Tendo alguém a obedecer
Seguindo o modelo hierárquico
Pensamento anárquico

Vontade de soprar o vento
Para que leve todo excremento
De uma mentalidade totalitária
De uma regra arbitrária

Sair deste chão
Voar como avião
Desfazendo as amarras
Decepando estas garras

Vento que bate contra
E que sempre nos encontra
Hoje quero jogar-te para longe
E viver como um monge

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Fera

Após outro fim, a ressurreição
Uma nova lição
Descartada outrora
Ressuscitou em boa hora

Lapso momentâneo
Eclodir instantâneo
De repente tudo se junta
Desenferruja a junta

Aquele lapso de inspiração
Que torna obrigação
Analisar o mesmo de forma diferente
O diferente não pode ser ausente

Quando faltou coragem
Transformou ouro em lavagem
E quando puseram as cartas na mesa
O que sobrou foi tristeza

Pelo medo de fazer
Pelo medo de agir
Pelo raio de lazer
Que só fez retroagir

Esperou
Acreditou que o mundo esperava
Postergou
E furaram o ego que inflava

Eis que voltando à lição
A vida trouxe mais um não
Qual é o próximo plano?
Deixará para o próximo ano?

O tempo é uma matemática
Que destrói qualquer tática
Não posta em prática no tempo
Por se refugiar no contratempo

Morreu em mais uma guerra
Ressuscitou, mas o tempo serra
Cada era é uma atroz fera
Se não enfrentar, já era

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Achou?

O que você achou?
Achado não é roubado?
O que você acha?
Você se acha?

Se acha o quê?
Você se achou?
Eu não me achei
Eu não me acho

Estou me procurando
Você está se procurando
Não me procure
Procuro, não curo

Nada ou tudo?
Qual é a diferença?
Se nada ou tudo
Acabam no vazio?

E este vazio?
Jogou para a divindade?
Divina comédia
Estamos nela

Quem sabe um dia
Quem sabe uma noite
Tudo acabe
Tudo recomece

E aí, achou?
Continue procurando
Encontrará aos poucos
Pode ser que encontre muito

Mas achará pouco
Pois acha que merece mais
Esquece que neste mundo louco
Somos reles mortais

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Limite

Limite do conhecimento
Limite do caminho
Limite do intento
Limite do espinho

Limite da sanidade
Limite da cidade
Limite da consagração
Limite da ação

Limite da vitória
Limite da glória
Limite da espera
Limite da esfera

Limite do calor
Limite do frio
Limite do clamor
Limite do rio

Limite do organismo
Limite do abismo
Limite do aperto
Limite do acerto

Limite a transgredir
Limite a regredir
Limite da lida
Limite da vida

Limite para se iludir
Limite para decidir
Entre cruzes e espadas
Dúvidas ilimitadas

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mentalidade Escrava

Tempo nada ameno
Efeito do baralho
O dia fica pequeno
Difícil encontrar atalho

Muito a produzir
Muito a aprender
Ritmo sem reduzir
Orgulho sem se render

A cobrança persegue
Até que a mente cegue
Giros de 360 graus
Tontos tropeçam em degraus

Se pratos caem
Palavras rudes saem
Fracasso imposto
Avermelha o rosto

Dias curtos
Provocam surtos
Prazo que crava
Mentalidade escrava

quinta-feira, 5 de julho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Caos do Nada

Apagar das luzes
Rua sem saída
Alçar das cruzes
Calça caída

Maçaneta quebrada
Asa cortada
Trânsito obstruído
Gênio enlouquecido

Travesseiro mofado
Trajeto embaralhado
Faca cega
Afirmação que nega

Tesouro perdido
Conselho esquecido
Respiração sem ar
Praia sem mar

Caos do nada
No mar vazio nada
Folião sem fantasia
Cabeça vazia

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cruz

O que acontece
Quando os parâmetros se vão?
O que permanece
O que foi em vão?

Mudanças traumáticas
Irresolutas pelas matemáticas
Provocando o desconforto
Sob o olhar torto

A culpa que domina
Praticando ações que abomina
Vendo tudo esmaecer
Lamentando não poder retroceder

E voltar no ponto da decisão
Negação ou afirmação
De um passado liberto
Para um presente incerto

Pergunta a Deus
Com a cruz nas costas
Quais erros são os teus
Quais verdades estão postas

Serás a cruz de quem?
Quem será a tua cruz?
Batalha entre o mal e o bem
Outro mundo que seduz

Crianças assustadas
Com medo do escuro
Não acreditam mais em fadas
Imploram pela luz do futuro

sábado, 2 de junho de 2012

Vice-Versa

Não, obrigado
Não me sinto obrigado
Não aceito esta proposta
Não farei esta aposta

Procure um boneco
Que reproduza seu eco
Que acate desagrados
Sem olhar para os lados

Sempre a mesma conversa
O mesmo vice-versa
Com o ouvido na parede
Preparando a rede

Alimentando a vaidade
Impondo a própria realidade
Nada a ver
Nada a crer

Não faz sentido
Sem alarido
Há outra direção
Com os riscos da contramão

terça-feira, 15 de maio de 2012

Entendimento

Mil explicações
Nenhum entendimento
Um diz que faltam informações
Outro o trata como jumento

Surge um problema
Que atrapalha o esquema
Um diz que o outro não detalha
Outro acusa a falha

Nenhum entendimento
Só desentendimento
Um desmotivado
O outro irado

Um não entra em sintonia
Outro o trata com ironia
Um pensa em dar um murro
Outro o trata como burro

Sem nenhuma conclusão
E com este impasse na situação
Se continua acirrado o ânimo
O resultado é o desânimo

A um falta boa comunicação
A outro falta conhecimento
Para que haja evolução
Só com doses de refinamento

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Virais

Ausência de bom senso
Consequências prejudiciais
Assoam no lenço
Atitudes virais

Ignorância descabida
Torna forçada a lida
Sob egoístas visões
E vazias elucubrações

Enquanto o germe espalha
Pessoas jogam a toalha
Consideram tudo normal
Para manter o formal

Contemplam
Cada revés que nasce
Aceitam
Até que um dia passe

Pela omissão declarada
A infecção generalizada
Causa o literal mal-estar
Em nome do deixa estar

sábado, 12 de maio de 2012

Mudar

Mudar
Trocar o ar
Partir
Fluir

Buscar soluções
Para as próprias questões
Entender os ciclos
Sem andar em círculos

Renovar
Sair da zona de desconforto
Encarar
Em algo novo absorto

Adiante
Visão mais distante
Acatar a realidade
Sem parar a atividade

Mais
Se pode mais
Não por vaidade
Por necessidade

Assim
Felicita o sim
Senão
Digere o não

Confim

Confuso
No fuso
Agoura
O agora

Paralisado
Dominado
Preso à teia
Ideia atéia

Entorpecido
Obstruído
Sem direção
Na contramão

Vagabundo
Contra o mundo
Sem dança
Ou esperança

Distante
Hesitante



Lamentável
Lamenta
Imutável
Não tenta

Se afasta
Se arrasta
Ao confim
Fim

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Parasitas

No começo, a igualdade
Utópica honestidade
Funções bem definidas
Corretamente distribuídas

Ao começar as ações
Boas intenções
Cada um parece disposto
A cumprir o proposto

Os dias passam
Alguns se afastam
Alguns continuam
Para que as obras fluam

Alguns só participam
Para créditos obter
Mas ao máximo evitam
Qualquer ajuda oferecer

E todo peso cai
Nas costas dos poucos
Cuja consciência não trai
E lutam feito loucos

Os que querem tirar vantagem
Com indiferença reagem
Só estenderão a mão
No momento da condecoração

Parasitas de ocasião
Devem achar hilários
Os dignos otários
Fazendo das tripas coração

sábado, 28 de abril de 2012

Qual é a sua?

Qual é a sua?
Falta um pé no par
A camisa sua
Mas não encontra o seu lugar

Qual é a sua?
Observando outras vidas
Não recua
Mas lamenta as feridas

Qual é a sua?
Sente-se deslocado
Mas não precisou ir à lua
Para entender o recado

Qual é a sua?
Se entendeu o recado
A verdade está nua
Mas não lhe deixa excitado

Qual é a sua?
Onde está a sua lua?
Qual é o seu adjetivo?
Qual é o seu substantivo?

domingo, 22 de abril de 2012

Feito?

Feito
Ficou direito?
Meta alcançada?
Ou entrou numa roubada?

Com tanta demanda
A sorte é quem manda
O que o conhecimento permite
É o resultado que emite

Se algo faltou
Como soou?
O filme foi queimado?
Ou há pouco a ser reparado?

Dedicou-se o necessário?
Ou autoconfiante, foi arbitrário?
Escutou os avisos?
Ou acabou em improvisos?

Foi longo o prazo?
Ou foi raso?
Procurou auxílio?
Ou preferiu o exílio?

Há vezes que o tempo é lento
Há vezes que o tempo é veloz
Quando não se está atento
Torna-se seu próprio algoz

sábado, 21 de abril de 2012

Até o Fim

Parece um oceano
Parece nunca terminar
Luta para não haver dano
E não morrer no mar

Continua na ação
Resignada subordinação
Àquilo que tanto ocupa
E também preocupa

Hora de ir até o fim
Pois buscou estar assim
É só um pequeno sofrimento
Missão cumprida será o alento

Se aguentou até agora
Não é momento de ir embora
Sair do rumo na reta final
Seria um desastroso mal

Falta pouco para a vitória
Virar esta página com glória
Depois será só uma boa recordação
De quem não foi vencido pela inanição


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Palavra Mágica

De repente a escuridão
Toma conta da situação
É difícil achar saída
Na dificuldade concebida

Em 360 graus girando
E no mesmo chavão parando
A carroça para de andar
E tudo começa a desandar

Tudo em que encosta
Não muda
Não escuta a resposta
Da mente muda

É a fase complicada
Onde o acerto é igual a nada
O ganho se torna gasto
E o vivo se torna nefasto

Nesta fase não há tática
Para recuperar o que se perdeu
Mas existe uma palavra mágica
Fudeu

E agora?

O tempo acabou
O que passou, passou
É chegada a hora
E agora?

Passou o tempo
Com algum contratempo
Equivocada previsão
E então?

O que devia estar feito
Ainda está por fazer
E pensa em seu leito
Irão compreender?

O desespero toma conta
Perdeu-se na conta
O portão se encerra
Por que tanto erra?

Sentindo-se perdido
Pelo tempo decorrido
Agora quer correr atrás
E fugir de influências más?

Influências de quem?
Influências do quê?
Não encontrando o porém
Agora amarga o se

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Fazer

Começar
Como é complicado
Aplicar
O conhecimento acumulado

Ideias que vagueiam
Muitas vezes desnorteiam
O foco não pode ser perdido
E o resultado tem que ser atingido

É difícil organizar
É difícil se organizar
Mas se nesta situação estamos
É porque a ela procuramos

Não adianta sair pela tangente
Pois assim para si mente
É um período de privação
Não é uma prisão, mas uma lição

É hora de fazer
E do resto esquecer
Honrar o compromisso
Derrotado é o ser omisso

E um trabalho bem feito
Causará o efeito
Da vitória de quem persistiu
Encarou de frente e não desistiu


terça-feira, 17 de abril de 2012

Pilares

Eis os que se denominam
Os verdadeiros pilares
Acreditam que dominam
E que estão nos altares

Fazem questão
De refazer a mesma lição
No mesmo rumo diário
Não precisam nem de diário

Satisfeitos com a mesmice
Exalando caretice
Reclamando das questões
Que se repetem há gerações

Julgam-se mais necessários
Com comentários desnecessários
Fazem questão de ali ficar
Crendo que a Terra parou de girar

Estes são os pilares
Parados nos mesmos lugares
Mas se um dia a estrutura ruir
Sobre a soberba irá cair

Empurra

Inchou, sobrou
Tem que cortar
Começou o show
Empurra daqui, empurra de lá

Para alguém irá sobrar
Não adianta chorar
Vão atacar para se defender
Ou dignamente esperar acontecer

Ou procurar alternativa
Mantendo a rede ativa
Abrangendo os horizontes
Escalando outros montes

Segue o jogo de empurra
Em uma coletiva loucura
Levados pelo desespero
Ao infame exagero

E finalmente alguém cai
Mais uma esperança se vai
É necessário reagir
Cair não significa sucumbir

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Bajulação

Na frente elogios
Pelas costas maldizer
Estes são desvios
Que atacam o ser

Comportando-se como amigo
Talvez seja um perigoso inimigo
Ou somente alguém carente
Que para si próprio mente

Se não consegue jogar em outro a culpa
Por fim pede desculpa
Depois se diz injustiçado
Faz-se de coitado

Pode possuir um ar inocente
E agir como serpente
Adora uma competição
Coloca-se acima na comparação

Todo o mal que faz
Nunca é por mal
Muita confusão traz
E o resultado pode ser fatal

Fazendo-se de sonso
Deixa todo mundo zonzo
Onde quer chegar?
Algum plano quer realizar?

Quem percebe tenta entender
O que dali pode estender
Será que existe alguma intenção?
Ou é só uma gratuita bajulação?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Barco

Ouviu
Respondeu
Discutiu
Estremeceu

(Não) Pensou
Se levantou
Não se despediu
Saiu

Enraiveceu
Se escafedeu
Ideia torta
Fechou a porta

Passaram as horas
Pensou nos foras
Arrependimento
Pelo mau momento

(Não) É um marco
Caiu do barco
Foi levado pelo mar
Por não saber nadar

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Espera

Espera
Provoca atitude sincera
Impaciência para chegar a vez
Cada minuto parece um mês

Fila
Para muitos, o humor aniquila
Caminhando a passos de formiga
A ira é a força inimiga

Impaciente paciência
Caminha enquanto espera
A fila sempre será imensa
E a espera, tensa, intensa

Confrontando a ciência
Resistência à desistência
Os segundos seguem além
E tudo parece aquém

Paciência
Ciência
Vez
Talvez

sábado, 7 de abril de 2012

"Amigos"

Festa de "amigos"
Que não conhecemos
Olhando para seus umbigos
E que não compreendemos

O que conversamos
Reunidos neste local?
Em nada nos identificamos
É preciso uma pá de cal

Para encobrir a evidência
De que é só conveniência
É só um contato forçado
Onde nada é celebrado

Não quero ficar mais
Ir embora é minha ânsia
E me faz sentir demais
Saudades da infância

Onde amigos existiam
Sem nenhuma cerimônia
Esperanças persistiam
E não havia esta insônia

Mas

Turbulento
Turbo
Lento

Antigamente
Antiga
Mente

Antipatia
Anti
Patia

Condescendente
Com
Descendente

Autoria
Autor
Ia

Felicidade
Feliz
Cidade

Fidelidade
Fidel
Idade

Parlamentar
Pra
Lamentar

Mas está errado!
Sim, está errado.
Muito errado...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Queimação

Cuidado com o que vai falar
Cuidado para não se queimar
Pois se não se fizer entender
Antipatia irá trazer

Essa é a sociedade da etiqueta
Que procura esconder a faceta
Para manter as boas relações
Em nome das ocasiões

Sapos são engolidos
E ninguém dá ouvidos
Para palavras diferentes
Eis a era dos reticentes

Pelo lado esquerdo, não caminhe
Pois por ali não está direito
Para que tudo se alinhe
O que é dito tem que ser feito

A individualidade
Sofre com a castidade
Em nome do não ser
Para o medíocre sobreviver

Missão

Nasci com a missão
De fazer a lição
Realizar tarefas à risca
Pois bobo é quem se arrisca

Cresci impelido pelo medo
Pois a verdade deve ser um segredo
Não devemos ser reais
E nos demonstrarmos reles mortais

Reproduzi pensando que era o certo
Mesmo com o bem estar incerto
E acabei vendo o quanto é difícil
Para questionar, não há artifício

Depois de um tempo sem escrever
Depois de um tempo sem compreender
Resolvi deixar de escolher pensamentos
Resolvi descrever momentos

Nasci
Cresci
Reproduzi
E daí?

Espelho

Espelho
Não me deixe vermelho
Pois devedor me sinto
E para mim mesmo minto

Quando lhe encaro
Custa-me caro
Ver o resultado
Do que foi alcançado

Espelho
Não existe mais conselho
Para mudar o rumo
Neste inexplicável resumo

As respostas flutuam
Os atores atuam
E o vazio transborda
Enquanto rompe-se a corda

Rotina chata
Rotina que achata
A mesma repetição
Denominada missão

Mas ainda estou aqui
Depois posso estar ali
E neste ir e vir
Há outros eus para refletir

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vingança Pascal

Achou que passei por cima
Achou que deixei de lado
Manteve uma estranha cisma
E o maldizer veio em brado

Será que tem o que pensar?
Será que tem o que fazer?
Cuidado para não pirar
Cuidado para não se perder

Soltou palavras irreais
Com mentalidades banais
Acusou sem saber
Não conseguiu se conter

Sente-se vítima de perseguição
A insegurança atrapalha sua missão
Talvez não se considere importante
Paranoia delirante

E eis que guardou alguma mágoa
Logo em tempos de páscoa
E a vingança veio em alto quilate
Não quis me dar seu chocolate

sábado, 10 de março de 2012

Disse que Disse

Ele disse
Que ela disse
Que eles disseram que...
E eles não gostaram

Eles disseram
Que ele disse
Que ela disse que...
E ela não gostou

Ela disse
Que eu disse
Que vocês disseram que...
E vocês não gostaram

Vocês disseram
Que eles disseram
Que eu disse que...
E eu não gostei

Eu disse
Que vocês disseram
Que ele disse que...
E ele não gostou

Eu disse
Tu disseste
Ele disse
Ela disse

Nós dissemos
Vós dissestes
Eles disseram
E ninguém gostou


segunda-feira, 5 de março de 2012

Limpeza

Chegou a hora da limpeza
De realidades que não vivo
O que já foi riqueza
Pessoas que não mais convivo

Épocas em anotações
Lembranças que voltaram num susto
Agora são somente acumulações
Eliminadas sem custo

Eletrônicos hoje descartáveis
Que podem ser peças de museus
Textos que um dia foram respeitáveis
Itens que já não são mais meus

Contas que há muito tempo foram pagas
Roupas que não são mais usadas
Livros que só ocupavam espaço
Separados sem embaraço

Parte foi rasgada
Parte foi doada
Agora posso ter sossego
E viva o desapego

quinta-feira, 1 de março de 2012

Preocupação

Preocupação
Atrapalha a ação
Fato que pode ser fatal
Levar ao desespero banal

Ao prever uma hecatombe
Antes que o reino tombe
Você já traça as diretrizes
Antecipando todas as crises

Tudo é imperfeito
Mas você já sente o efeito
De algo que ainda nem aconteceu
Como se fosse um problema seu

Enquanto a Terra continua a girar
E o sol continua a raiar
Você se entrega à melancolia
E não enxerga a luz do dia

É claro que existem responsabilidades
É claro que existem adversidades
Mas não se permita enlouquecer
E deixar a vida morrer

Procure um sentido
Tenha o solo reconhecido
Mas seja mais leve
E que a felicidade lhe eleve

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Autêntico

Dentro de um modelo
Obedecendo comando
Tendo que fazê-lo
No mesmo passo andando

Caindo em ciladas
Em atividades delegadas
Rezando por uma solução
Que cause aceitação

Imerso no desconhecido
Procurando o sentido
Sem nenhum alento
Lançado ao vento

O conhecimento acumulado
Deve ser bem aplicado
Não adianta pular a fase
Se ainda não há uma base

E chega enfim a maturidade
Aliada à capacidade
É possível também moldar
Se, a algo que gosta, se doar

Aprofundar-se no assunto
Colocar todo aprendizado junto
Fugir do que seja idêntico
Inovar e ser autêntico

Significado

Há situações
Em que recebemos missões
E temos que resolver
Complexidades que ainda precisamos aprender

Fica aquele deserto
A certeza do incerto
Sensação de frustração
Confundindo-se na ação

Ali estamos jogados
Com conhecimentos fragmentados
Se um problema resolvemos
Outras partes do todo comprometemos?

E o preparo para os desafios?
Por que são quebrados os fios?
Por que o porquê está de lado?
Por que, no erro, procura-se um culpado?

O que tem sido feito?
Qual é o resultado?
Causa que efeito?
Qual é o significado?

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Oração

Peço perdão por não procurar uma solução
Quando podia controlar a situação
Pelas vezes que me omiti
E fingi que não vi

Peço perdão pelas oportunidades que perdi
Quando antes de começar, desisti
Pelas vezes que não fiz
Por preguiça de ser feliz

Peço perdão pelas vezes que julguei
E logo após condenei
Pessoas que nunca me fizeram mal
Como se eu fosse um deus imortal

Peço perdão por todo exagero
Por todo destempero
Pelas vezes que caí em desmando
E acabei desandando

Peço perdão pelas vezes que ofendi
Pelas vezes que excluí
Que depreciei alguém
E não enxerguei além

Peço perdão pelas vezes que olhei para dentro
E não olhei para o lado
Que me coloquei no centro
E não aceitei que estava errado

Peço perdão por absurdos que pensei
Por absurdos que falei
Por agir com incoerência
E poluir minha consciência

Peço perdão pela inveja que senti
Nas vezes que não me reconheci
Que abalei minha dignidade
Junto com minha identidade

Peço perdão por quando me desviei da verdade
E distorci a realidade
Confundindo o caminho certo
Com o caminho esperto

Peço perdão por deixar o medo me derrubar
Em momentos que era possível tentar
Pois as dificuldades superestimei
E, por fim, me subestimei

Peço perdão por erros que repetirei
E por outros que cometerei
Mas me dê amor para prosseguir
Me autoconhecer e evoluir

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Conclusão

É importante a solidão
Se é necessário refletir
Pensar sobre cada ação
E o conceito de evoluir

A cabeça fica confusa
Por não saber a consequência
Cada ideia difusa
Cada conflito de consciência

Será que praticamos os dons?
Será que somos bons?
Será que descobrimos nossos talentos?
Será que estamos atentos?

A mudança nos experimenta
Até onde a capacidade sustenta
Como encaramos fragilidades?
Quais são nossas reais necessidades?

A acertada conclusão
É não confundir sonho com ilusão
Fugir do vício de se esconder
E ousar mais que se defender

Pois cada não que dizemos
Muitas vezes é para nós mesmos
Deixando o sonho passar lentamente
Por medo de dar um passo à frente

Obra

Do solo sair
Voar
O tesouro perseguir
Escavar

Sair do padrão
Sair da prisão
Procurar o atalho
A carta certa do baralho

Pensar com arte
Que de ideias se farte
Para ter a mesa posta
E escolher o que gosta

Após lutar pelo que deseja
A suada conquista festeja
E antes de desanimar
Outro sonho irá buscar

São os constantes ciclos
De quem não anda em círculos
De quem quer (se) transformar
E sua obra perpetuar

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Termos

Campo extenso
Ou campo pequeno
Clima intenso
Ou clima ameno

Peso em grama
Ou peso em quilo
Em um drama
Ou tranquilo

Momento de paz
Ou momento turbulento
Ritmo voraz
Ou ritmo lento

Amável
Ou intragável
Inteligente
Ou incoerente

Acompanhado
Ou isolado
Presente
Ou ausente

Meios termos
Termos completos
Infinitos termos
Nem sempre seletos

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Autoflagelos

Sequência de eventos
Falta de intentos
Alegria deixada em um canto
Perda de encanto

Medo de agir
Deixar-se coagir
Tudo passa a deformar
Não sabe (se) amar

Com tudo certo
Sente-se perdido
Com tudo perto
Sente-se impedido

A vida mata a cada segundo
O fim é a fé do moribundo
Sentenciou a própria pena
E quem sentirá pena?

Nada mais o deixa extasiado
O olhar está anestesiado
Perdeu o senso criativo
E não procura mais motivo

Sonhos que não se realizam
Autoflagelos que agonizam
E de repente a prostração
Ergueu a própria prisão

Onde está a magnitude?
Toda força e atitude?
Para que parar?
E desistir de (se) encontrar?

Justiça

Hora de malhar o judas
Vozes acusando, vozes mudas
É necessário culpar alguém
Se algo não vai bem

E como lidar?
O que fazer para (se) ajudar?
Como entender o porquê?
Será que aquilo é só o que se vê?

Perde-se a chance de se defender
Por medo de se perder
Por medo de discutir o que atrapalha
Enfim, aceita-se a culpa pela falha

Como transformar sem traumatizar?
Onde se quer chegar, está em seu devido lugar?
Ou, então, como voltar tudo ao que era?
E amansar a fera?

Corre-se na busca de sentido
E argumentar parece proibido
Mantendo calada a mente escravizada
É difícil encontrar saída após a entrada

E então, o que é justiça?
Talvez seja o antônimo de preguiça
Preguiça de encontrar um bem comum
É mais fácil jogar a carga nas costas de um

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Balas Cruzadas

Com tantas balas cruzadas
Ficamos abatidos
Diversas versões noticiadas
Fatos controvertidos

Notícias que se repetem
Com personagens diferentes
Ideologias que não se refletem
Atos delinquentes

Tendencialismos
Falsos moralismos
Jogos de uma elite banal
E espectadores na área marginal

Quem vê sofre as consequências
De tantas más influências
Após dizer "Que absurdo"
Acaba se fazendo de surdo

Em quem acreditar?
Qual realidade editar?
Como proceder?
Como interceder?

São perguntas de difíceis respostas
As cabeças sobre a mesa estão postas
Consumidas lentamente
Indigestão (in)consciente

Mediante este sufoco
Sob um poder oco
Só nos resta o clamor
Por mais uma dose... de amor

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Perguntas

Acabou
Agora o novo começo
Deste tempo que passou
O que será que me esqueço

Quanta coisa aprendi
Do que me arrependi
Quantos segredos decifrei
Onde foi que errei

Quantas vezes amei
Quantas vezes blasfemei
Quantas vezes me senti leve
E quantas vezes numa bola de neve

Em que momento fui legal
Em que momento fui fatal
Em que momento fui generoso
Em que momento fui oneroso

Perguntas que não calam
Em minha cabeça falam
Em um sussurro constante
E ao mesmo tempo ecoante

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não Deu Branco

Em meu carro branco
Dirigindo na Castelo Branco
Vejo um homem de branco
Pedindo ajuda porque deu branco
Não sabia ir para Rio Branco
Quando agradeceu a explicação, respondi "tá branco"
Era dia de voto e votei em branco
Pois quem manda nunca quer ficar em branco
Mas quem aguenta o tranco também não fica em branco
Trabalha com dignidade até o cabelo ficar branco
Paga INSS e sua aposentadoria é em branco
Quando vê o salário fica branco
Quando usa hospital público falta até jaleco branco
E isto nos envergonha de vermelho, não branco
Procurando uma alegria lembra do gol do Branco
Que o nosso Rei do Futebol é negro, não branco
Que o homem mais poderoso do mundo é negro, não branco
E isto nos traz um orgulho em preto e branco
Vermelho, amarelo
Verde, azul
E todas as cores do mundo
Paz

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ah-Há

O que há
Excesso de ah
Cabeças concordando
Ninguém questionando

Enquanto um encosto
Cobra o imposto
A quem não deve nada
Cobrança que enfada

Há o sorriso do descompromisso
Do plácido ao omisso
Distintos indistintos
Coerentes extintos

Diga algo qualquer
Mas seja eloquente
Qualquer coisa que disser
Parecerá convincente

Mas, o que há
Excesso de ah
Cabeças concordando
Ninguém questionando

2012

2012 veio com um riso
À espera do paraíso
Ou do inferno
Numa tarde de inverno

O fim e o eterno
Preparar o terno
Para enfim deitar
Quando o momento chegar

Misticismos do ano
E o dia profano
Estabelecido pelo dinheiro
Assusta o mundo inteiro

E aí
Você está aí?
Um dia passou
Outro dia chegou

Deixa disso
Honra o seu compromisso
2012 acabou
2013 continuou

Que

O que foi que eu criei
Busco algo que nem sei
Tenho planos e satisfação
Mas quero mudar a situação

Penso sob vários ângulos
Às vezes nem penso
Dúvidas em triângulos
Em sequência, intenso

E consequência, tenso
Inconsequência, lenço
Para enxugar as lágrimas
E virar as páginas

O porvir é o que provê
Quem está cego, quem vê
Nas profundezas do pensamento
O sol nasce irradiante e lento

O que está aqui
O que não está mais
O que foi por ali
E não volta jamais

O que você vê
Em que você crê
O que você lê
A que você se...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Vôo

De tudo o que já se teve
O que se deteve?
Quais foram as trilhas?
E quantas foram as ilhas?

A mensagem inexata do céu
Ecoando, mas indecifrada
Nos traz o azedo ou o mel
A cada conduta realizada

O que podemos transformar
Em que podemos nos transformar
O que pode ser corrigido
O que pode ser evoluído

Confundindo a percepção
A um palmo da visão
O controverso, o incoerente
Com infinitos rumos na corrente

Somos filhotes do mesmo ovo
Com momentos de pombo
E momentos de corvo
Ponderando a altura do tombo

Voamos pelo céu luminoso
Enfrentamos céu cinzento
Desvendamos o duvidoso
Empurrados pelo vento

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sinergia

Encaixam-se as peças no tabuleiro
A harmonia brilha no letreiro
Para depois tudo se desfazer
E a palavra obscurecer

Quantas vezes pensamos
E dilemas enfrentamos
Na relação com o ambiente
Ponderando o conveniente

Balançando com a tristeza
Balanceando com as alegrias
Na procura pela clareza
Que ilumine nossos dias

Por que os limites são frágeis
Por que ficamos confusos
Por que os atritos são ágeis
Por que cometemos abusos

O percalço persiste
Mas a cabeça resiste
Nesta sinergia constante
Sempre firme e adiante

sábado, 14 de janeiro de 2012

Erro

Tudo parece um sacrifício
Como escalar um edifício
Enxergando uma careta
Escondendo-se numa gaveta

Com zero porcento de exatidão
E zero porcento de erro
Remói-se em vão
E padece em desterro

A caravana passa silenciosa
Com um aceno de pesar
Pela vida receosa
Que começa a pesar

O que de fato vale a pena?
Quanto vale esta pena?
Por quanto tempo se amarrar?
Inibir-se e não criar?

O mundo pede inovação
Medo do erro é castração
O avanço só existe no ousar
Produzir desfazendo o duvidar

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Profecias

O que deixar como contribuição
Como acalentar um coração
Num lapso, ao olhar para o lado
Alguém pede socorro em brado

Ecoando e tremendo o solo
O planeta pede colo
Esperando desesperado uma mão
E o balbuciar da palavra irmão

Movimentos que se chocam
Pensamentos que evocam
Uma realidade esquizofrênica
Em uma estrutura anêmica

Onde iremos parar?
O que fazemos em nosso lar?
Mentalidade imperecível nos perece
E a loucura prevalece

Feridas não cicatrizadas
O bem e o mal de mãos dadas
Entrecortando vias
Mitificando profecias

O tic-tac do relógio segue
A contagem regressiva persegue
O que houve, há ou haverá
Da nossa história, o que ficará

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Filhos e Filhas

Não é de hoje
Que existe o pormenor
Não é de hoje
Que não sei isso de cor

Tudo anda
Tudo transforma
Algo desanda
Algo deforma

O mar de calmaria enfurece
O filho pródigo ao pai desobedece
Repetindo a profecia de outro tempo
E sua vida caminha com o vento

E de repente a calma volta
O mar extingue sua revolta
O filho à casa torna
E seu espírito enfim adorna

Tempos difíceis de passar
A luta contra si para bons filhos formar
Desejando sucesso e felicidade
E temendo a cidade

Esta é a aventura das famílias
Das famílias que perseveram
Pois os filhos e filhas
Logo logo, o mundo lideram

domingo, 8 de janeiro de 2012

Confrontos

Grandes pensadores estão clamando
Como profetas pós modernos
Que o planeta está gritando
E que não somos eternos

A política mundial
Em prol da paz total
Tem o nobre dever
De baixar o ter e valorizar o ser

Nossos meios de comunicação
Pelo compromisso com a informação
Possuem a finalidade
De buscar a verdade

As grandes corporações
Devem repensar suas ações
Cuidar melhor da natureza
Que é nossa grande riqueza

E nós cidadãos
Consumirmos com prudência
Pois isto é consciência
A cura está em nossas mãos

Embora pareçam discursos prontos
Estas rimas são frutos de confrontos
É necessário desconstruir os mitos
Buscar lisura ao passar por atritos

Pois convencer
É mais valioso que vencer
E agregar
Não permite anular

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Explosivo

Andando calado
Dali para outro lado
Uma nuvem negra sobre a cabeça
Que faz com que o sangue eferveça

Traz afoito o pensamento
Sem pensar ao se expressar
E todo este aborrecimento
Faz o ambiente infectar

Não se coloca no lugar da pessoa
Com a atitude que magoa
Enquanto os outros se afastam
Seus recursos se desgastam

Prefere ser explosivo
Não sabe o que é ser assertivo
Como pode agir assim?
E espera ter que fim?

Em vez de empatia, antipatia
Em vez de tolerância, arrogância
Se deseja ter respeito
Não conseguirá deste jeito

Quem é você?
Como você se vê?
Quem é você?
Como você se vê?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Saudável Prazer

Compenetrado em pensamentos
Despertando os sentimentos
Uma rampa no fim da planície
Brotada do incônscio à superfície

Traz à tona toda a história
O momento em que o rumo mudou
A pergunta sobre o que é a glória
E até hoje, o que ficou

A essência de outrora
Na contramão do trajeto até agora
Volta à tona de repente
E ocupa coração e mente

Momento eterno de evoluir
Nas obras paradas, voltar a construir
Endireitar as veredas
Recusar uvas azedas

O atalho é a simplicidade
Ser feliz com responsabilidade
E dias produtivos viver
Em nome do saudável prazer

Chance Cuspida

Compulsão
Resignação
Deixar para outra hora
Não se resguardar no agora

Descomprometimento
Desengajamento
Irresponsabilidade
Leviandade

Falta de vontade
Renegar a própria humanidade
Ficar de bobeira
Pensando e fazendo asneira

Falta de planejamento
Viver como o último, cada momento
Trazer tudo ao bel egoísmo
Falar bonito e agir com antagonismo

Assim, tudo desgasta
Toda a riqueza gasta
E após cada chance cuspida
Ainda culpa a vida

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poeta

Palavras escritas como arte
Completam o todo como maior parte
E mostram o que de fato é prazer
A grande virtude de escrever

Rimas que afugentam o estresse
Feitas como se fossem prece
Na busca constante da verdade
E como preparação à adversidade

Momento de alinhamento com o mundo
Refletindo a alma a fundo
Ciente de nossa limitação
Buscando o sim, o talvez, o não

Escritas no ritmo do ser
Para boas conclusões obter
As palavras são a fonte mais linda
E sua riqueza não finda

Poeta ser
Poeta aprender
Poeta viver
E do resto, sobreviver

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Eu

O que tanto incomoda
Sentir-se fora de moda
Crer que os fatos são incompatíveis
E não é possível atingir outros níveis

Com as voltas que as coisas dão
É impossível dizer que não
É importante manter a chama
Para cada missão que chama

Construir a base forte
Para ir desvendando a altura do norte
Atento ao que está perto e além
Sem menosprezar o quê ou quem

Absorvendo as energias
Eliminando a arrogância
Expelindo as alergias
Da mentalidade de dominância

Segue infinita a busca do eu
Feixes luminosos vindos do breu
Edificando em terra firme
A cada manhã, tarde e noite sublime

domingo, 1 de janeiro de 2012

Fugacidade

Chegou a hora de fazer
Não deixar nada interceder
Mais uma daquelas situações
Que botam em cheque as ações

Por que hesitar tanto
Vai esperar quanto
Para reformar o caminho
Em que trocou sementes por espinho

Aquilo que está escondido
Que ronda num silencioso pedido
Sempre deixado de lado
Por crer que não pode ser alcançado

Persistente imaturidade
Permanecerá até qual idade
Até quando não conseguirá reconhecer
Cada vida de cada amanhecer

Caminhando pela beira da estrada
Olhando o verde multicolorido
Deixe um pouco de lado a escalada
Do percurso quase sempre repetido

Chegando à beira do mar
Tirando fotografias com a câmera do olhar
Há o horizonte irradiante da natureza
Com todos os elementos de sua beleza

Sinta-se à vontade, sinta-se em paz
Porque o sentir é a síntese do que se faz
Deixe a água molhar, o sol esquentar
E se deixe merecidamente orgulhar

Há fontes de felicidade
Que estão bem ao redor
Não permita à fugacidade
Impedir que as sinta de cor