Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Time

Treinar exaustivamente
Cuidar do corpo e da mente
O jogo já começa num estágio
Bem anterior a entrar no estádio

No treino coletivo
Mais um dia letivo
As jogadas preparar
E a tática formular

O treinador deve ser respeitado
E o que diz sobre o adversário estudado
O time deve se precaver
Contra arapucas que possam aparecer

Momento de concentração
O treinador deve ter o time na mão
Todos unidos pelos mesmos objetivos
Garra, vontade, fé e outros substantivos

Chegada a hora do jogo
Arquibancada pegando fogo
Exigindo uma grande atuação
Para não ver o dinheiro investido em vão

Bola rolando, jogo amarrado
O adversário está bem armado
Centralizar o jogo, abrir pelo lado
Usar a cautela para não ser enganado

Driblar o adversário, atacar
Bloquear contra-ataques, saber recuar
Acudir o companheiro em aperto
Estar centrado para ter acerto

Passar a bola, fazer lançamento
Invadir a área com atrevimento
Para marcar gols é preciso ousar
Se quer vencer, não pode repousar

Com muito suor, o time venceu
Foi só mais um jogo que aconteceu
Time sem vaidade, que supera o desgaste
E foca o outro dia no próximo combate

sábado, 26 de novembro de 2011

Coração de Vidro

Coração de vidro que cansa
Sente sempre uma lança
A qualquer sopro estilhaça
Como se fosse a caça

Quer ouvir opinião
Desde que seja elogio
Não suporta a negação
E logo cai em desvario

Confunde ideia com ofensa
Falta de coragem é intensa
Não compreende que o imperfeito
Não necessariamente é um defeito

Até quando não estará ciente
De que não é onisciente
Que o erro faz parte
E aprimorar é uma arte

Coração de vidro, responda
Ao menos uma vez, não se esconda
Seja aberto, não reativo
E mais leve para continuar ativo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Caminho

O caminho é escuro
E o presente sem futuro
Quando pensamos que sós
Podemos desatar todos os nós

Relaxar o pensamento e divagar
Se está complicado, ir devagar
Olhar em volta, perceber o movimento
Buscar o horizonte do desbravamento

Plantas, animais, sol, mar
Muitas fontes para inspirar
A areia que vai, a chuva que cai
A força de vontade que não decai

A nossa limitação
Não deve coibir a ação
Buscar bons fluidos para prosseguir
Pessoas, livros e mapas para instruir

Mudar o caminho, desconstruir, perguntar
Cair no mar, sair a navegar
Respostas chegam com naturalidade
E a descoberta traz felicidade

Direções surgem à nossa frente
Quando caminhamos constantemente
Todos os caminhos são arriscados
Mas menos traiçoeiros que ficarmos parados

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vitórias

Amor conquistado
Convite inesperado
Aprendizado adquirido
Elogio recebido

Gratidão reconhecida
Graça concebida
Dificuldade superada
Subir um degrau da escada

Ressentimento esquecido
Vício obstruído
Noite bem dormida
Estar de bem com a vida

Bom conselho dado
O maior número do dado
A sorte lançada
Meta alcançada

Abraço sincero
Saber voltar à estaca zero
Ajudar quem quer evoluir
Ter tempo para se divertir

Abrir as portas do lar
Ter amigos para conversar
Cuidar da saúde corporal
Cuidar da saúde mental

Constituir família
Bem educar, filho ou filha
Transmitir carinho
Alegrar o ninho

Não existem pequenas vitórias
Todas constituem grandes histórias
Muitas vitórias para você e para os seus
Com a infinita bênção de Deus

Consumidos

Pessoas se gabam do que possuem
E dos grupos em que se incluem
De tudo o que seja externo
Como se fosse eterno

Se gabam das roupas que usam
Dos gastos que abusam
Dos restaurantes que frequentam
Dos tronos que esquentam

Uma pessoa vale o que tem
E é chamada de meu bem
Dinheiro significa conteúdo
Ter sucesso é ter de tudo

Mansão, carros, imóveis
O consumo deixa cérebros imóveis
Indivíduo cada vez menos culto
Adorando o dinheiro em culto

Quero falar das coisas que vi
Dos livros que li
Das músicas que ouço
Não do que tenho no bolso

Falar mal do dinheiro é hipocrisia
Pois é um bem necessário
Mas acaba sendo uma heresia
O seu uso temerário

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Terreno

O terreno conquistado
Deve ser semeado
Pois o podemos perder
E a colheita perecer

Pegar as pás
Seguir em paz
Saber discernir
A intuição pode trair

Com a saúde regrada
E a plantação regada
Há insetos para afastar
Ervas daninhas para cortar

Passar água no rosto
Encarar a vida com gosto
Arar o terreno com calma
Arar o terreno da alma

E quando bate o cansaço
Saber que não é de aço
Ter o sono dos justos
Enquanto nascem os frutos

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Onda

Aproveite quando a onda criativa
Lhe acerta e sua mente reaviva
Não deixe o momento passar
Coloque o intelecto para funcionar

Não importa se o valor não é dinheiro
Mas o sentimento por inteiro
O prazer da obra desenvolvida
E as belezas dedicadas à vida

Em um mundo cada vez mais materialista
Reserve um momento para se excluir da lista
Das pessoas que só veem valor no capital
Use sua criatividade, dê seu toque pessoal

Exerça a generosidade, não queira reter
Emocione as pessoas com o que tem a oferecer
Pois as artes possuem linguagem universal
E expressam os elementos do bem e do mal

É um chamado divino a atender
Surgiu a ideia, comece a fazer
Sinta alegria, goste do que faz
Mostre para o mundo do que é capaz

Móveis

Às vezes vale um gasto
Que trará felicidade
Que deixará mais vasto
Nosso ciclo de amizade

Um mogno aqui
Uma cerejeira ali
Um novo sofá
Uma mesa de jantar

Deixa bonito nosso lar
Dá harmonia à família
Chama os amigos para brindar
Os momentos de maravilha

O valor que se vai
Paga o valor que não cai
Do conforto e da beleza
Da amizade e da nobreza

E o vendedor fica feliz
Pensa "que bela venda eu fiz"
Alegria recíproca em reformular
Nossa sala de estar

Sintam-se à vontade
Esta é a sincera verdade
Vocês que foram convidados
Serão por nós celebrados

Zzz

Deixa tudo em câmera lenta
E a cabeça desatenta
Vem tomando conta
E os sentidos, desmonta

Já passou do horário
E é arbitrário
Lutar contra é derrota
E a feição amarrota

Sempre nos dobra
Ou o dia seguinte nos cobra
Dita nosso estado de humor
Muitas vezes exige nosso clamor

Toda noite aparece
E a visão esmaece
Completa sua saga
E todas as luzes apaga

Esteja em local seguro
Para que não fique em apuro
Pois ele é nosso dono
Que seja bendito, o sono

Irracionais

Perda dos sentidos
Falta de noção do espaço
Pensamentos enlouquecidos
Descontrole do passo

Riso destemperado
Sem saber o que é errado
Falta de entendimento
Conturbado momento

Alegria falsa
Mala sem alça
Final em quase comédia
A caminho da tragédia

Sentimentos enfurecidos
Choros arrependidos
Tudo acabou bem
É o perdão que vem

A promessa de nunca mais
A culpa que o tempo dilui
E o perigo que se conclui
Das atitudes irracionais

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Duto

O caminho é natural
Se esta é a opção escolhida
Não existe nenhum mal
Em não querer uma vitória perdida

Só porque ditam o que é bom
Não é preciso estar no mesmo tom
As virtudes são subjetivas
E entrelaçam coisas vivas

Ousemos pensar fora da caixa
A verdade pode ser diferente
Pois um conceito pronto e urgente
Muitas vezes não se encaixa

Quanta soberba caiu por terra
Por crer em algo imposto
E acabamos pagando o imposto
Da prepotência ingênua que erra

Dentro de uma tirania velada
Existe um duto
Que torna a essência libertada
O amor é o salvo-conduto

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Escadas

Escuridão ao redor
Falas misturadas
Discutindo o pormenor
Procurando as escadas

Vapores de palavras soltas
Frases pela metade
Partículas de conhecimento envoltas
Em algo de pouca idade

Um silêncio em tensão
As escadas em penumbra
A procura pela extensão
Para chegar ao que vislumbra

Começa-se novamente a falar
E as escadas escalar
As paredes tateáveis
As penumbras inesgotáveis

Falas ficam musicadas
Penumbras clareiam
Estas são algumas das escadas
Que todo dia nos rodeiam

Cansados no topo
Nos reúne um Deus filantropo
Que abre o portão
E provê o sol da gratidão

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Oito horas

Ora
Hora
Prazo
Raso

Tento
Atento
Ar
Polar

Penso
Tenso

Café

Falho
Detalho
Desperto
Acerto

Falo
Calo
Desenvolvo
Envolvo

Rio
Chio
Crio
Brio

Respiro
Aspiro
Quero
Espero

Lego
Entrego
Pronto
Em ponto

Vagão

Corre vagão
Me afugenta um pouco da missão
Corre com meus pensamentos
Adiante e sem lamentos

Sozinho é impossível
E nunca impassível
Vidas em seu ir e vir
Boas são as que querem repartir

Algo ou alguém
Há sempre muito mais além
E o vagão em seus trajetos
Deixa vidas e seus projetos

Unidas, porém separadas
Vidas seguem suas caminhadas
E planejando no improviso
A esperança num sorriso

Sensação que abriga
Negação à briga
Agora desço em minha parada
Com a ideia descansada

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Giro

Nada para de girar
Por mais que não consiga notar
O bem gira em torno do mal
O mal gira em torno do bem

A reciclagem gira a embalagem
A cabeça gira na viagem
O planeta gira em torno da gente
E ficamos tontos de repente

Ao tentar saber
O que não se deve
Ao ter que dever
O que não se sabe

E tudo continua girando
De ponta cabeça estamos andando
Com dose de equilíbrio limitada
Com a gravidade desafiada

E quando chega o tornado
O que temos nos tornado
É uma boa reflexão
Para o pé ficar firme no chão

E foi

E foi quando a ilusão
Encontrou a contramão
Dobrou a esquina à frente
E esvaziou a nossa mente

Que algo diferente surgiu
Em meio ao vazio em vão
O que era misturado se distinguiu
E o que sobrou foi decisão

De que nada está acabado
O ferido está curado
E o que prevalece
É o combate que não arrefece

Tudo o que é dito
Move o que está em volta
Nenhum ser vivo é mito
E a alma busca escolta

A busca de ser
A luta contra o vício maior
A mente que não para de reter
E quer absorver o melhor

O Mistério

Quantas vezes me pergunto
Em minha solidão
O que deve ficar junto
O que largar de mão

Das coisas que acontecem
Nada temos o comando
Quantas vidas que merecem
Quantos fatores se somando

Contra todo o perecimento
Sobra o agradecimento
Não sabemos a sequência
E tentamos prever a consequência

E a revolta que sentimos
Procuramos esmagar
No caminho que conduzimos
Procurando o bem estar

O dia passa
As notícias são as mesmas
E na mente, o que perpassa
Está esboçado nestas resmas

O fluxo alternado
A fonte cristalina
A chegada de um tornado
A atitude que desatina

O caminho da paz
É deixar para trás
O caminho solúvel
E tudo que for volúvel

Um mistério não se diz
A brisa que lhe toca
Suavemente lhe retoca
E me faz bem, você feliz

Reflexões Refletidas

Uma boa reflexão
Reflete no coração
Coisas boas para seguir
Coisas ruins a se extinguir

Direcionados, repartidos
Organizados, concebidos
Estes pensamentos
São respostas aos momentos

E a reflexão refletida
Ao buscar iluminar a vida
Procura a conclusão
E, imersa, se ergue à respiração

Quanta calma nesta hora
Acordado pela aurora
Mais um aprendizado
Refletido a todo lado

A reflexão refletida
Acalmou o turbilhão
Já encontrou a saída
E terminou esta lição