Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Corporação

Pensamento inadequado
Sobre o conceito de sucesso
Ser humano escravizado
Pelo trabalho em excesso

Seres que creem em selos
Que querem conquistar sem zelos
Se esquecem de todo o resto
Em um processo funesto

Doze, treze, catorze horas diárias
Fins de semana, madrugadas a fio
Massas corpóreas sedentárias
Mentes em desvio

Coagidos pelo sistema
Muitas vezes só refletem sobre o tema
Quando atingidos pelas doenças sociais
Que são hits dos tempos atuais

E eis que surge a promoção
Com o dobro de pressão
Felicidade de segundo
Sucesso moribundo

Sensação de que se no horário sair
A corporação irá falir
Sensação constante de fracasso
Em projetos grandes de tempo escasso

Corporação feroz na competição
Transforma em regra o que devia ser exceção
E se um dia alguém ousar sucumbir
Logo surgirá outro para substituir

Muitas corporações rezam esta cartilha
Pessoas no limite entre sucata e pilha
A vida fora dali não é fator recomendável
E não questionar é requisito indispensável

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dores

Dores do cotidiano
Que nos acompanham durante o ano
De tão constantes nos acostumamos
E por fim ignoramos

Dores causadas por impacto
Com o sofrimento possuem pacto
Até que se curem é necessário acuidade
E o tempo é proporcional à gravidade

Dores que chegam do nada
Vêm como carga pesada
Em partes do corpo causam reflexo
E se vão de repente, sem muito nexo

Dores que aumentam a cada dia
E deixam a alma arredia
Atrapalham os planos
E provocam autodiagnósticos insanos

Dores que provocam o medo
Que por vezes guardamos em segredo
Causam temor pela nossa sorte
E nos fazem lembrar que existe a morte

As dores irão nos perseguir
Não temos para onde fugir
E sendo ou não motivo para aflição
Temos validade e defeito de fabricação

Excesso x Exceção

Ação
Futilidade
Coração
Vaidade

Altruísmo
Alienação
Egoísmo
Informação

Investimento
Comparação
Entendimento
Ostentação

Maldizer
Violência
Bem querer
Consciência

Destruição
Pobreza
Preservação
Riqueza

Depressão
Dignidade
Obsessão
Identidade

Carência de excesso
Excesso de exceção
Carência de exceção
Excesso de excesso

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Onde Estão os Sonhos

Quanto tempo naquele lugar
E não foi notado
Teve aquilo como lar
E foi tão questionado

Os anos se passaram um a um
O que era novo se tornou lugar comum
Aquela presença era fato consumado
E aos poucos foi deixada de lado

Defeitos em sobressaliência
Qualidades em decadência
Foram se apoderando da visão
Dos que tinham o poder de decisão

Ali parou de sonhar
Mas não se deixou derrotar
Abriu-se a cada oportunidade
Sempre fiel à sua identidade

Após procura incessante
E um esforço sempre adiante
Conseguiu sair daquele círculo
Foi o fim daquele ciclo

As mágoas daquele tempo desapareceram
Junto àqueles que o desmereceram
Mas o fato é sempre recordado
Como um grande aprendizado

Não vale a pena insistir
Quando a melhor solução é partir
Esta é a grande chance de se reinventar
E realizar os sonhos em outro lugar

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Onde se Espera

Mundo de sonhos vãos
Que carece de bons irmãos
Impérios de morte que reinam
Erros que teimam

Vítimas da situação
Abraçam a paixão
Pisam sobre escorpiões e cobras
Contentando-se com sobras

Povo vendido
Povo rendido
Frutos que eram bons
Destituídos de seus dons

Desviados do caminho
Filhotes sem ninho
É a cobiça que destrói
E as relações corrói

Onde se espera justiça
Injustiça
Onde se espera bondade
Iniquidade

Onde se espera liberdade
Opressão
Onde se espera fraternidade
Exclusão

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Rotina

O despertador chama
Hora de pular da cama
Não é possível postergar
É necessário acordar

Cuidado para não ser barulhento
Atenção para não ser lento
Lutando para não se distrair
É hora de sair

Os minutos correm
Enquanto outras pessoas dormem
Um novo dia para viver
E o que fazer?

Encarar o mundo com satisfação?
Ou se sentir numa prisão?
Buscar uma experiência nova?
Ou cavar a própria cova?

Tarefas a desenvolver
Prazos a cumprir
Pouco tempo para lazer
Poucas amizades para dividir

A rotina é inevitável
Para uma vida estável
Sair dela é paliativo
E, voltar, imperativo

domingo, 18 de dezembro de 2011

Celular

Saímos para jantar
Sentamos à mesa
Começamos a conversar
Eis a surpresa

Seu celular toca
É a sua amiga
Você não se toca
Fala, fala e não desliga

Aproveita o aparelho
E entra nas redes sociais
O visor é o seu espelho
Quer acessar algo mais

Eu ali calado
Tomo coragem
Para lhe deixar de lado
Lendo cada mensagem

Fique aí com o seu celular
Se é melhor do que tenho para falar
Será mais proveitoso eu partir
Terei mais horas para dormir

sábado, 17 de dezembro de 2011

Seres Racionais

Dia de leitura
Sobre as notícias do planeta
Mais uma caricatura
Da mesma faceta

Ameaça nuclear
Superpopulação
Poluição do ar
Corrupção

Guerra civil
Trabalho escravo e infantil
Desmatamento
Aquecimento

Saúde precária
Educação deficitária
Previdência em falência
Saneamento em decadência

Miséria e fome
Pessoas sem moradia
Realidade que não some
Do nosso dia a dia

Há quanto tempo se discutem
Estas mesmas questões
E as mídias repercutem
Todas aquelas reuniões

Pela paz se faz guerra
Que jamais se encerra
Morte de inocentes civis
Por interesses vis

Passam-se os anos
A tecnologia avança
Mas os mesmos danos
Abalam a esperança

Somos dotados de ufanismo
E nos contentamos com o eufemismo
Somos mais destrutivos que os outros animais
E nos consideramos seres racionais

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Chuva

Descanso forçado
Pelo fardo prolongado
Olhando pela janela
Como se estivesse numa cela

A chuva faz o seu trabalho
Para fugir dela, busca-se atalho
Às vezes exagera na quantidade
E enche toda a cidade

É importante para o mundo
Pois limpa o que é imundo
Hidrata a seca dos lugares
Alimenta lagos, rios e mares

Mas quando desatina
Torna-se assassina
Provoca enorme desgraça
E rezamos para que se desfaça

Chuva, você é necessária
Mas é tão arbitrária
Poderia escolher melhores horas
E cair sem grandes demoras

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Espírito de Criança

Palavras que não despertaram aplauso
Mas um silêncio refletor
Não eram um causo
Mas um convite ao deserto interior

Entraram nos ouvidos como tesouro
Sabedoria mais valiosa que ouro
Aquela voz clamou no deserto
Mas só escutou quem estava perto

Cansados na peregrinação
A voz era como uma mão
Que nos colocou em sua palma
E nos guiou com muita calma

Nos disse que sem reconhecer medo, angústia e carência
O deserto não abrirá o caminho do amor
E que se tivermos esta consciência
Será possível uma vida de felicidade e sem rancor

Estas palavras causaram uma solidão sonora
Quem as escutou até esqueceu da hora
Um por um, removeu-se cada tentáculo
E irrompeu-se num coração livre de obstáculo

O fermento, levedando, transformou-se em pão
E tudo acabou em um fraternal aperto de mão
Solidariedade, paz, justiça, concórdia, esperança
Espírito de criança

Medo

Excesso de preocupação
Excesso de precaução
Medo de chegar ao fim
Antes mesmo de chegar ao enfim

Outra vez acabou... de começar
Se a porta está aberta, não fechar
Olhar para dentro de si
Buscar a força que está ali

As ruas continuam movimentadas
Nas rotinas quase sempre inalteradas
Sentir o sopro da inspiração
E confiante partir à ação

Assim se passa o tempo
Muitas vezes veloz, às vezes lento
No amanhecer frenético que se fez
Correr com meio passo de cada vez

E pode parecer incrível
Para muitos até um segredo
A vida é dura, não impossível
E a paz virá da luta contra o medo

domingo, 4 de dezembro de 2011

Deserto

Peregrinando pelo deserto, o viajante
Ouve um ruído distante
Um murmúrio triste e lento
Trazido pelo vento

Ouvindo mais atento
Reconhece o lamento
De um deserto sem fertilidade
Como anda o coração da humanidade

Destruição de florestas
Jogadas desonestas
Violência e sofrimento
Vidas ao relento

Individualismo em voga
Pessoas cada vez mais distantes
Consumismo sem folga
Atitudes intolerantes

A verdade está camuflada
E a bondade precisa ser praticada
Pois a desertificação cresce
Enquanto o planeta aquece

Nada Contra

Nada contra a maré
Nada contra a fé
Nada contra ninguém
Nada contra o bem

Nada contra o dito
Nada contra o rito
Nada contra o correto
Nada contra o discreto

Nada contra o estudo
Nada contra o escudo
Nada contra o austero
Nada contra o sincero

Nada contra a cidade
Nada contra a idade
Nada contra o caminho
Nada contra o espinho

Nada contra a vida
Nada contra a morte
Nada contra a despedida
Nada contra a sorte

Nada contra a novidade
Nada contra a vaidade
Nada contra o conteúdo
Nada contra tudo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Time

Treinar exaustivamente
Cuidar do corpo e da mente
O jogo já começa num estágio
Bem anterior a entrar no estádio

No treino coletivo
Mais um dia letivo
As jogadas preparar
E a tática formular

O treinador deve ser respeitado
E o que diz sobre o adversário estudado
O time deve se precaver
Contra arapucas que possam aparecer

Momento de concentração
O treinador deve ter o time na mão
Todos unidos pelos mesmos objetivos
Garra, vontade, fé e outros substantivos

Chegada a hora do jogo
Arquibancada pegando fogo
Exigindo uma grande atuação
Para não ver o dinheiro investido em vão

Bola rolando, jogo amarrado
O adversário está bem armado
Centralizar o jogo, abrir pelo lado
Usar a cautela para não ser enganado

Driblar o adversário, atacar
Bloquear contra-ataques, saber recuar
Acudir o companheiro em aperto
Estar centrado para ter acerto

Passar a bola, fazer lançamento
Invadir a área com atrevimento
Para marcar gols é preciso ousar
Se quer vencer, não pode repousar

Com muito suor, o time venceu
Foi só mais um jogo que aconteceu
Time sem vaidade, que supera o desgaste
E foca o outro dia no próximo combate

sábado, 26 de novembro de 2011

Coração de Vidro

Coração de vidro que cansa
Sente sempre uma lança
A qualquer sopro estilhaça
Como se fosse a caça

Quer ouvir opinião
Desde que seja elogio
Não suporta a negação
E logo cai em desvario

Confunde ideia com ofensa
Falta de coragem é intensa
Não compreende que o imperfeito
Não necessariamente é um defeito

Até quando não estará ciente
De que não é onisciente
Que o erro faz parte
E aprimorar é uma arte

Coração de vidro, responda
Ao menos uma vez, não se esconda
Seja aberto, não reativo
E mais leve para continuar ativo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Caminho

O caminho é escuro
E o presente sem futuro
Quando pensamos que sós
Podemos desatar todos os nós

Relaxar o pensamento e divagar
Se está complicado, ir devagar
Olhar em volta, perceber o movimento
Buscar o horizonte do desbravamento

Plantas, animais, sol, mar
Muitas fontes para inspirar
A areia que vai, a chuva que cai
A força de vontade que não decai

A nossa limitação
Não deve coibir a ação
Buscar bons fluidos para prosseguir
Pessoas, livros e mapas para instruir

Mudar o caminho, desconstruir, perguntar
Cair no mar, sair a navegar
Respostas chegam com naturalidade
E a descoberta traz felicidade

Direções surgem à nossa frente
Quando caminhamos constantemente
Todos os caminhos são arriscados
Mas menos traiçoeiros que ficarmos parados

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vitórias

Amor conquistado
Convite inesperado
Aprendizado adquirido
Elogio recebido

Gratidão reconhecida
Graça concebida
Dificuldade superada
Subir um degrau da escada

Ressentimento esquecido
Vício obstruído
Noite bem dormida
Estar de bem com a vida

Bom conselho dado
O maior número do dado
A sorte lançada
Meta alcançada

Abraço sincero
Saber voltar à estaca zero
Ajudar quem quer evoluir
Ter tempo para se divertir

Abrir as portas do lar
Ter amigos para conversar
Cuidar da saúde corporal
Cuidar da saúde mental

Constituir família
Bem educar, filho ou filha
Transmitir carinho
Alegrar o ninho

Não existem pequenas vitórias
Todas constituem grandes histórias
Muitas vitórias para você e para os seus
Com a infinita bênção de Deus

Consumidos

Pessoas se gabam do que possuem
E dos grupos em que se incluem
De tudo o que seja externo
Como se fosse eterno

Se gabam das roupas que usam
Dos gastos que abusam
Dos restaurantes que frequentam
Dos tronos que esquentam

Uma pessoa vale o que tem
E é chamada de meu bem
Dinheiro significa conteúdo
Ter sucesso é ter de tudo

Mansão, carros, imóveis
O consumo deixa cérebros imóveis
Indivíduo cada vez menos culto
Adorando o dinheiro em culto

Quero falar das coisas que vi
Dos livros que li
Das músicas que ouço
Não do que tenho no bolso

Falar mal do dinheiro é hipocrisia
Pois é um bem necessário
Mas acaba sendo uma heresia
O seu uso temerário

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Terreno

O terreno conquistado
Deve ser semeado
Pois o podemos perder
E a colheita perecer

Pegar as pás
Seguir em paz
Saber discernir
A intuição pode trair

Com a saúde regrada
E a plantação regada
Há insetos para afastar
Ervas daninhas para cortar

Passar água no rosto
Encarar a vida com gosto
Arar o terreno com calma
Arar o terreno da alma

E quando bate o cansaço
Saber que não é de aço
Ter o sono dos justos
Enquanto nascem os frutos

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Onda

Aproveite quando a onda criativa
Lhe acerta e sua mente reaviva
Não deixe o momento passar
Coloque o intelecto para funcionar

Não importa se o valor não é dinheiro
Mas o sentimento por inteiro
O prazer da obra desenvolvida
E as belezas dedicadas à vida

Em um mundo cada vez mais materialista
Reserve um momento para se excluir da lista
Das pessoas que só veem valor no capital
Use sua criatividade, dê seu toque pessoal

Exerça a generosidade, não queira reter
Emocione as pessoas com o que tem a oferecer
Pois as artes possuem linguagem universal
E expressam os elementos do bem e do mal

É um chamado divino a atender
Surgiu a ideia, comece a fazer
Sinta alegria, goste do que faz
Mostre para o mundo do que é capaz

Móveis

Às vezes vale um gasto
Que trará felicidade
Que deixará mais vasto
Nosso ciclo de amizade

Um mogno aqui
Uma cerejeira ali
Um novo sofá
Uma mesa de jantar

Deixa bonito nosso lar
Dá harmonia à família
Chama os amigos para brindar
Os momentos de maravilha

O valor que se vai
Paga o valor que não cai
Do conforto e da beleza
Da amizade e da nobreza

E o vendedor fica feliz
Pensa "que bela venda eu fiz"
Alegria recíproca em reformular
Nossa sala de estar

Sintam-se à vontade
Esta é a sincera verdade
Vocês que foram convidados
Serão por nós celebrados

Zzz

Deixa tudo em câmera lenta
E a cabeça desatenta
Vem tomando conta
E os sentidos, desmonta

Já passou do horário
E é arbitrário
Lutar contra é derrota
E a feição amarrota

Sempre nos dobra
Ou o dia seguinte nos cobra
Dita nosso estado de humor
Muitas vezes exige nosso clamor

Toda noite aparece
E a visão esmaece
Completa sua saga
E todas as luzes apaga

Esteja em local seguro
Para que não fique em apuro
Pois ele é nosso dono
Que seja bendito, o sono

Irracionais

Perda dos sentidos
Falta de noção do espaço
Pensamentos enlouquecidos
Descontrole do passo

Riso destemperado
Sem saber o que é errado
Falta de entendimento
Conturbado momento

Alegria falsa
Mala sem alça
Final em quase comédia
A caminho da tragédia

Sentimentos enfurecidos
Choros arrependidos
Tudo acabou bem
É o perdão que vem

A promessa de nunca mais
A culpa que o tempo dilui
E o perigo que se conclui
Das atitudes irracionais

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Duto

O caminho é natural
Se esta é a opção escolhida
Não existe nenhum mal
Em não querer uma vitória perdida

Só porque ditam o que é bom
Não é preciso estar no mesmo tom
As virtudes são subjetivas
E entrelaçam coisas vivas

Ousemos pensar fora da caixa
A verdade pode ser diferente
Pois um conceito pronto e urgente
Muitas vezes não se encaixa

Quanta soberba caiu por terra
Por crer em algo imposto
E acabamos pagando o imposto
Da prepotência ingênua que erra

Dentro de uma tirania velada
Existe um duto
Que torna a essência libertada
O amor é o salvo-conduto

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Escadas

Escuridão ao redor
Falas misturadas
Discutindo o pormenor
Procurando as escadas

Vapores de palavras soltas
Frases pela metade
Partículas de conhecimento envoltas
Em algo de pouca idade

Um silêncio em tensão
As escadas em penumbra
A procura pela extensão
Para chegar ao que vislumbra

Começa-se novamente a falar
E as escadas escalar
As paredes tateáveis
As penumbras inesgotáveis

Falas ficam musicadas
Penumbras clareiam
Estas são algumas das escadas
Que todo dia nos rodeiam

Cansados no topo
Nos reúne um Deus filantropo
Que abre o portão
E provê o sol da gratidão

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Oito horas

Ora
Hora
Prazo
Raso

Tento
Atento
Ar
Polar

Penso
Tenso

Café

Falho
Detalho
Desperto
Acerto

Falo
Calo
Desenvolvo
Envolvo

Rio
Chio
Crio
Brio

Respiro
Aspiro
Quero
Espero

Lego
Entrego
Pronto
Em ponto

Vagão

Corre vagão
Me afugenta um pouco da missão
Corre com meus pensamentos
Adiante e sem lamentos

Sozinho é impossível
E nunca impassível
Vidas em seu ir e vir
Boas são as que querem repartir

Algo ou alguém
Há sempre muito mais além
E o vagão em seus trajetos
Deixa vidas e seus projetos

Unidas, porém separadas
Vidas seguem suas caminhadas
E planejando no improviso
A esperança num sorriso

Sensação que abriga
Negação à briga
Agora desço em minha parada
Com a ideia descansada

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Giro

Nada para de girar
Por mais que não consiga notar
O bem gira em torno do mal
O mal gira em torno do bem

A reciclagem gira a embalagem
A cabeça gira na viagem
O planeta gira em torno da gente
E ficamos tontos de repente

Ao tentar saber
O que não se deve
Ao ter que dever
O que não se sabe

E tudo continua girando
De ponta cabeça estamos andando
Com dose de equilíbrio limitada
Com a gravidade desafiada

E quando chega o tornado
O que temos nos tornado
É uma boa reflexão
Para o pé ficar firme no chão

E foi

E foi quando a ilusão
Encontrou a contramão
Dobrou a esquina à frente
E esvaziou a nossa mente

Que algo diferente surgiu
Em meio ao vazio em vão
O que era misturado se distinguiu
E o que sobrou foi decisão

De que nada está acabado
O ferido está curado
E o que prevalece
É o combate que não arrefece

Tudo o que é dito
Move o que está em volta
Nenhum ser vivo é mito
E a alma busca escolta

A busca de ser
A luta contra o vício maior
A mente que não para de reter
E quer absorver o melhor

O Mistério

Quantas vezes me pergunto
Em minha solidão
O que deve ficar junto
O que largar de mão

Das coisas que acontecem
Nada temos o comando
Quantas vidas que merecem
Quantos fatores se somando

Contra todo o perecimento
Sobra o agradecimento
Não sabemos a sequência
E tentamos prever a consequência

E a revolta que sentimos
Procuramos esmagar
No caminho que conduzimos
Procurando o bem estar

O dia passa
As notícias são as mesmas
E na mente, o que perpassa
Está esboçado nestas resmas

O fluxo alternado
A fonte cristalina
A chegada de um tornado
A atitude que desatina

O caminho da paz
É deixar para trás
O caminho solúvel
E tudo que for volúvel

Um mistério não se diz
A brisa que lhe toca
Suavemente lhe retoca
E me faz bem, você feliz

Reflexões Refletidas

Uma boa reflexão
Reflete no coração
Coisas boas para seguir
Coisas ruins a se extinguir

Direcionados, repartidos
Organizados, concebidos
Estes pensamentos
São respostas aos momentos

E a reflexão refletida
Ao buscar iluminar a vida
Procura a conclusão
E, imersa, se ergue à respiração

Quanta calma nesta hora
Acordado pela aurora
Mais um aprendizado
Refletido a todo lado

A reflexão refletida
Acalmou o turbilhão
Já encontrou a saída
E terminou esta lição

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Acampado

Dono da verdade
Verdade intransferível
Dominador da realidade
Infalível

Julga
Sem pedirem julgamento
Pulga
Que se enxerga monumento

Não tem bons modos
Mas crê que para ser bom
Tem que ser a seus modos
Sem variar o tom

Se pedem auxílio
Não sabem analisar
Se preferem o exílio
Não sabem perguntar

Tem a certeza do certo
Tem a certeza do errado
Militar no deserto
Acampado