Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Não é porque

Não e porque sou cismado
Não é porque fico enfadado
Não é porque falo pouco
Não é porque sou louco

Não é porque reclamo
Não é porque não chamo
Não é porque me isolo
Não é porque me descolo

Não é porque não peço
Não é porque não meço
Não é porque não quero
Não é porque não espero

Não é porque sou chato
Não é porque sou inexato
Não é porque não desligo
Não é porque não ligo

Não é porque faço
Não é porque desfaço
Não é porque ofendo
Não é porque não rendo

Não é porque o quê?
Insustentável rudeza do ser
Resolva isso logo
E vá procurar um psicólogo

quinta-feira, 21 de março de 2013

Justo

Essa nossa felicidade
Proliferando pela cidade
São tantas demonstrações
De nossos espíritos foliões

Hoje o dia não acabou
As horas se confundem com onde estou
Então...
Isso é certo ou não?

Muitas pessoas que me perguntam
Muitas pessoas que me perturbam
Então...
Peguei a contramão?

Vejo tanto e me perco
Cheiro de flor e esterco
Sem referência
(In)consequência

Justo hoje, dinheiro
Dinheiro justo, agora
Justo por inteiro
Voa mundo afora

segunda-feira, 18 de março de 2013

Vergonha

Vergonha de ser brasileiro
Vergonha dessa hipocrisia
Vela substituída por pandeiro
Digestão substituída por azia

Constrangido por ter o que comer
Por ter o que beber
Por ter algum bem
Por ser classificado como alguém

Culpa por ver o Brasil em volta
Culpa por engolir minha revolta
Enganado pelas belezas feias
Com vocês nos prendendo às suas teias

Cansado de tanto trabalhar
Cansado de nada sobrar
Conteúdo medíocre com bela capa
E, então, quem faz o verdadeiro rapa?

Vocês andam em bandos
Afastados da realidade
E seguem com os seus desmandos
Perseverando a perversidade

Não acreditam nos céus
Não acreditam nos infernos
Tornam trabalhadores seus réus
E falam bonito em seus ternos

E seguimos aqui nos impostos
E seguimos aqui na inflação
E seguimos aqui expostos
À total manipulação

Cansado das batalhas políticas
Onde boas ações são míticas
Transformam em luto nossa luta
Bando de filhos da disputa

Solução

Na busca da solução
Se buscar na primeira, e não conseguir
Se buscar de novo e a resposta for não
Chega o momento de decisão

É fácil desistir
Para si mesmo mentir
De que não há outro caminho
E deixar brotar o espinho

Espinho que pinica a mente
Que abdica ser inteligente
Se prefere maquiar o problema
O que sobra é dilema

Insistir?
Desistir?
A derrota é o caminho fácil
Indigna de qualquer prefácio

Buscar na terceira
Buscar na quarta
A solução é faceira
Mas a cabeça é farta

Vai, porra!
Resolve essa parada
Aquieta essa gangorra
Suba o degrau da escada!

Os objetivos só são atingidos
Com muita obstinação
Se agirmos como frágeis feridos
Viveremos em vão

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cada Vez Mais

Nada é dito
Nada é explícito
Aceitação versus mito
Verdadeiro versus ilícito

Na solidão coletiva
Esperando que a união reviva
Só sobra um no final
Até o dia letal

Cada vez mais experientes
Cada vez menos sábios
Conscientes ou inconscientes?
Fragmentos saem dos lábios

Me perdi ou me encontrei?
O que sabia, já não sei
Qual é o caminho correto?
Curvilíneo ou reto?

Deus
Ateus
Tudo junto e misturado
Vice-versa entre certo e errado

Beiradas

Pelas beiradas
Uma risada para amenizar
Tapas com luvas almofadadas
Roda viva em jogos de azar

A reação é perplexa
A realidade é convexa
De onde menos se espera
Vem a pá que enterra

E então
Pensa-se na competição
Momentos desconfortáveis
Palavras instáveis

Palavras miseráveis
Palavras descartáveis
E, no fim, o que sobra
É somente a nossa obra

Vida que passa
Batata que assa
Ação e comportamento
Sorte é momento

Hoje, bem
Amanhã, também?
Qual é o sentido disso tudo?
Abre a guarda ou usa o escudo?

Não tem explicação
Vivemos sob alienação
E o que está por vir
Não nos cabe descobrir