Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Voceu II

Aquele momento
Que tudo foi embora
Não tem mais lamento
Aconteceu em boa hora

Dá tempo para prosseguir
E voltar a sorrir
A vida é uma só
Chega de nó

Ficou uma solidão imensa
E uma vontade intensa
De seguir em frente
Pois já estava evidente

Não daria para continuar
No mesmo lugar
Sofrendo pelas mesmas razões
Sufocando-se nas mesmas questões

Se o não superou o sim e o talvez
É hora de ceder a vez
Libertar para ser libertado
Não tem mais certo, nem errado

Não tem mais recado, mentira, meia verdade
Só sobrou a realidade
De que é necessário se recompor
Saber lidar com a dor

Porque os anos passam
As pessoas passam
Embora saiba que quase nada é seu
Voceu tem que cuidar de voceu

Voceu é tudo o que tem
Pense no seu bem
Pare de ser prisioneiro
Isso é amor próprio e verdadeiro

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O coração

Um coração
Muito engraçado
Não tinha afeto
Enclausurado

Ninguém podia
Entrar nele não
Ele gostava
Da solidão

Ninguém podia
Matar-lhe a sede
Protegido
Por uma parede

Ninguém podia
Lhe distrair
Porque ele nunca
Esteve ali

Mas era feito
Com muito esmero
Congelado
Abaixo de zero

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Ciclo vicioso

Ciclo vicioso
Para forçar sentimentos que não tem
Acalma o nervoso
O torna zen

Ciclo vicioso
Para afastar o sofrimento
No começo, zelozo
No fim, lamento

Ciclo vicioso
Para ponderar o ansioso
No começo, anestesiado
No fim, condenado

Fugindo da realidade
Abafando a infelicidade
O fim se aproxima lentamente
Mas o ciclo seda a mente

E quando a validade acaba
Tudo desaba
O que aquecia, agora gela
O que era liberdade, agora é cela

Aí tudo vira confusão
A realidade derruba a ilusão
A razão derruba a emoção
E eis a resposta da questão

O ciclo vicioso segura uma onda
Mas vem outra gigante em seguida
Que, quando bate, estronda
Hora de acordar para a nova vida

domingo, 27 de dezembro de 2015

É Hora III

Na vida pacata ao longo dos anos
Muito desgaste debaixo dos panos
Eclode uma anunciada revolta
E tudo morre em volta

E tudo morre por dentro
Agora no canto, antes o centro
E eis a perplexidade
No lugar da tristeza, conformidade

Momento de escolher
Pondo tudo a perder
Mas nada compra a serenidade
Fim de uma era de ansiedade

É hora do não querer
De sentir o poder
Desta missão abortar
Já que cansou de brigar

Para quem ficou, não foi esperado
Achou que, divinamente, tudo seria superado
Mas a bola de neve ficou insustentável
E o que era sólido, quebrantável

Para quem olha de fora, só achismo
Em nome do falso moralismo
Não aprendeu que não deve falar
Se não está no lugar

É hora de parar de aceitar
Mesmo que o mundo venha a julgar
Impaciente, insensível, egoísta
É hora de percorrer uma nova pista

Que todos tenham paz
Desta vez, não dá mais
Com o tempo tudo se ajeita
De mudanças a vida é feita

sábado, 26 de dezembro de 2015

Sinto muito

Por não ter aguentado
Ter me esquivado
Pela rejeição
Pela solidão

Pelas discussões
Questões
Exageros
E outros erros

Por me forçar
E me sufocar
Pelo declívio
E pelo alívio

Muita felicidade e paz
Tudo de bom
Se você quer, você faz
Você tem esse dom

Sinto muito
Pelo fim da estrada
Sinto muito
Por não sentir mais nada