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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Balas Cruzadas

Com tantas balas cruzadas
Ficamos abatidos
Diversas versões noticiadas
Fatos controvertidos

Notícias que se repetem
Com personagens diferentes
Ideologias que não se refletem
Atos delinquentes

Tendencialismos
Falsos moralismos
Jogos de uma elite banal
E espectadores na área marginal

Quem vê sofre as consequências
De tantas más influências
Após dizer "Que absurdo"
Acaba se fazendo de surdo

Em quem acreditar?
Qual realidade editar?
Como proceder?
Como interceder?

São perguntas de difíceis respostas
As cabeças sobre a mesa estão postas
Consumidas lentamente
Indigestão (in)consciente

Mediante este sufoco
Sob um poder oco
Só nos resta o clamor
Por mais uma dose... de amor

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Perguntas

Acabou
Agora o novo começo
Deste tempo que passou
O que será que me esqueço

Quanta coisa aprendi
Do que me arrependi
Quantos segredos decifrei
Onde foi que errei

Quantas vezes amei
Quantas vezes blasfemei
Quantas vezes me senti leve
E quantas vezes numa bola de neve

Em que momento fui legal
Em que momento fui fatal
Em que momento fui generoso
Em que momento fui oneroso

Perguntas que não calam
Em minha cabeça falam
Em um sussurro constante
E ao mesmo tempo ecoante

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não Deu Branco

Em meu carro branco
Dirigindo na Castelo Branco
Vejo um homem de branco
Pedindo ajuda porque deu branco
Não sabia ir para Rio Branco
Quando agradeceu a explicação, respondi "tá branco"
Era dia de voto e votei em branco
Pois quem manda nunca quer ficar em branco
Mas quem aguenta o tranco também não fica em branco
Trabalha com dignidade até o cabelo ficar branco
Paga INSS e sua aposentadoria é em branco
Quando vê o salário fica branco
Quando usa hospital público falta até jaleco branco
E isto nos envergonha de vermelho, não branco
Procurando uma alegria lembra do gol do Branco
Que o nosso Rei do Futebol é negro, não branco
Que o homem mais poderoso do mundo é negro, não branco
E isto nos traz um orgulho em preto e branco
Vermelho, amarelo
Verde, azul
E todas as cores do mundo
Paz

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ah-Há

O que há
Excesso de ah
Cabeças concordando
Ninguém questionando

Enquanto um encosto
Cobra o imposto
A quem não deve nada
Cobrança que enfada

Há o sorriso do descompromisso
Do plácido ao omisso
Distintos indistintos
Coerentes extintos

Diga algo qualquer
Mas seja eloquente
Qualquer coisa que disser
Parecerá convincente

Mas, o que há
Excesso de ah
Cabeças concordando
Ninguém questionando

2012

2012 veio com um riso
À espera do paraíso
Ou do inferno
Numa tarde de inverno

O fim e o eterno
Preparar o terno
Para enfim deitar
Quando o momento chegar

Misticismos do ano
E o dia profano
Estabelecido pelo dinheiro
Assusta o mundo inteiro

E aí
Você está aí?
Um dia passou
Outro dia chegou

Deixa disso
Honra o seu compromisso
2012 acabou
2013 continuou

Que

O que foi que eu criei
Busco algo que nem sei
Tenho planos e satisfação
Mas quero mudar a situação

Penso sob vários ângulos
Às vezes nem penso
Dúvidas em triângulos
Em sequência, intenso

E consequência, tenso
Inconsequência, lenço
Para enxugar as lágrimas
E virar as páginas

O porvir é o que provê
Quem está cego, quem vê
Nas profundezas do pensamento
O sol nasce irradiante e lento

O que está aqui
O que não está mais
O que foi por ali
E não volta jamais

O que você vê
Em que você crê
O que você lê
A que você se...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Vôo

De tudo o que já se teve
O que se deteve?
Quais foram as trilhas?
E quantas foram as ilhas?

A mensagem inexata do céu
Ecoando, mas indecifrada
Nos traz o azedo ou o mel
A cada conduta realizada

O que podemos transformar
Em que podemos nos transformar
O que pode ser corrigido
O que pode ser evoluído

Confundindo a percepção
A um palmo da visão
O controverso, o incoerente
Com infinitos rumos na corrente

Somos filhotes do mesmo ovo
Com momentos de pombo
E momentos de corvo
Ponderando a altura do tombo

Voamos pelo céu luminoso
Enfrentamos céu cinzento
Desvendamos o duvidoso
Empurrados pelo vento

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sinergia

Encaixam-se as peças no tabuleiro
A harmonia brilha no letreiro
Para depois tudo se desfazer
E a palavra obscurecer

Quantas vezes pensamos
E dilemas enfrentamos
Na relação com o ambiente
Ponderando o conveniente

Balançando com a tristeza
Balanceando com as alegrias
Na procura pela clareza
Que ilumine nossos dias

Por que os limites são frágeis
Por que ficamos confusos
Por que os atritos são ágeis
Por que cometemos abusos

O percalço persiste
Mas a cabeça resiste
Nesta sinergia constante
Sempre firme e adiante

sábado, 14 de janeiro de 2012

Erro

Tudo parece um sacrifício
Como escalar um edifício
Enxergando uma careta
Escondendo-se numa gaveta

Com zero porcento de exatidão
E zero porcento de erro
Remói-se em vão
E padece em desterro

A caravana passa silenciosa
Com um aceno de pesar
Pela vida receosa
Que começa a pesar

O que de fato vale a pena?
Quanto vale esta pena?
Por quanto tempo se amarrar?
Inibir-se e não criar?

O mundo pede inovação
Medo do erro é castração
O avanço só existe no ousar
Produzir desfazendo o duvidar

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Profecias

O que deixar como contribuição
Como acalentar um coração
Num lapso, ao olhar para o lado
Alguém pede socorro em brado

Ecoando e tremendo o solo
O planeta pede colo
Esperando desesperado uma mão
E o balbuciar da palavra irmão

Movimentos que se chocam
Pensamentos que evocam
Uma realidade esquizofrênica
Em uma estrutura anêmica

Onde iremos parar?
O que fazemos em nosso lar?
Mentalidade imperecível nos perece
E a loucura prevalece

Feridas não cicatrizadas
O bem e o mal de mãos dadas
Entrecortando vias
Mitificando profecias

O tic-tac do relógio segue
A contagem regressiva persegue
O que houve, há ou haverá
Da nossa história, o que ficará

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Filhos e Filhas

Não é de hoje
Que existe o pormenor
Não é de hoje
Que não sei isso de cor

Tudo anda
Tudo transforma
Algo desanda
Algo deforma

O mar de calmaria enfurece
O filho pródigo ao pai desobedece
Repetindo a profecia de outro tempo
E sua vida caminha com o vento

E de repente a calma volta
O mar extingue sua revolta
O filho à casa torna
E seu espírito enfim adorna

Tempos difíceis de passar
A luta contra si para bons filhos formar
Desejando sucesso e felicidade
E temendo a cidade

Esta é a aventura das famílias
Das famílias que perseveram
Pois os filhos e filhas
Logo logo, o mundo lideram

domingo, 8 de janeiro de 2012

Confrontos

Grandes pensadores estão clamando
Como profetas pós modernos
Que o planeta está gritando
E que não somos eternos

A política mundial
Em prol da paz total
Tem o nobre dever
De baixar o ter e valorizar o ser

Nossos meios de comunicação
Pelo compromisso com a informação
Possuem a finalidade
De buscar a verdade

As grandes corporações
Devem repensar suas ações
Cuidar melhor da natureza
Que é nossa grande riqueza

E nós cidadãos
Consumirmos com prudência
Pois isto é consciência
A cura está em nossas mãos

Embora pareçam discursos prontos
Estas rimas são frutos de confrontos
É necessário desconstruir os mitos
Buscar lisura ao passar por atritos

Pois convencer
É mais valioso que vencer
E agregar
Não permite anular

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Explosivo

Andando calado
Dali para outro lado
Uma nuvem negra sobre a cabeça
Que faz com que o sangue eferveça

Traz afoito o pensamento
Sem pensar ao se expressar
E todo este aborrecimento
Faz o ambiente infectar

Não se coloca no lugar da pessoa
Com a atitude que magoa
Enquanto os outros se afastam
Seus recursos se desgastam

Prefere ser explosivo
Não sabe o que é ser assertivo
Como pode agir assim?
E espera ter que fim?

Em vez de empatia, antipatia
Em vez de tolerância, arrogância
Se deseja ter respeito
Não conseguirá deste jeito

Quem é você?
Como você se vê?
Quem é você?
Como você se vê?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Saudável Prazer

Compenetrado em pensamentos
Despertando os sentimentos
Uma rampa no fim da planície
Brotada do incônscio à superfície

Traz à tona toda a história
O momento em que o rumo mudou
A pergunta sobre o que é a glória
E até hoje, o que ficou

A essência de outrora
Na contramão do trajeto até agora
Volta à tona de repente
E ocupa coração e mente

Momento eterno de evoluir
Nas obras paradas, voltar a construir
Endireitar as veredas
Recusar uvas azedas

O atalho é a simplicidade
Ser feliz com responsabilidade
E dias produtivos viver
Em nome do saudável prazer

Chance Cuspida

Compulsão
Resignação
Deixar para outra hora
Não se resguardar no agora

Descomprometimento
Desengajamento
Irresponsabilidade
Leviandade

Falta de vontade
Renegar a própria humanidade
Ficar de bobeira
Pensando e fazendo asneira

Falta de planejamento
Viver como o último, cada momento
Trazer tudo ao bel egoísmo
Falar bonito e agir com antagonismo

Assim, tudo desgasta
Toda a riqueza gasta
E após cada chance cuspida
Ainda culpa a vida

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poeta

Palavras escritas como arte
Completam o todo como maior parte
E mostram o que de fato é prazer
A grande virtude de escrever

Rimas que afugentam o estresse
Feitas como se fossem prece
Na busca constante da verdade
E como preparação à adversidade

Momento de alinhamento com o mundo
Refletindo a alma a fundo
Ciente de nossa limitação
Buscando o sim, o talvez, o não

Escritas no ritmo do ser
Para boas conclusões obter
As palavras são a fonte mais linda
E sua riqueza não finda

Poeta ser
Poeta aprender
Poeta viver
E do resto, sobreviver

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Eu

O que tanto incomoda
Sentir-se fora de moda
Crer que os fatos são incompatíveis
E não é possível atingir outros níveis

Com as voltas que as coisas dão
É impossível dizer que não
É importante manter a chama
Para cada missão que chama

Construir a base forte
Para ir desvendando a altura do norte
Atento ao que está perto e além
Sem menosprezar o quê ou quem

Absorvendo as energias
Eliminando a arrogância
Expelindo as alergias
Da mentalidade de dominância

Segue infinita a busca do eu
Feixes luminosos vindos do breu
Edificando em terra firme
A cada manhã, tarde e noite sublime

domingo, 1 de janeiro de 2012

Fugacidade

Chegou a hora de fazer
Não deixar nada interceder
Mais uma daquelas situações
Que botam em cheque as ações

Por que hesitar tanto
Vai esperar quanto
Para reformar o caminho
Em que trocou sementes por espinho

Aquilo que está escondido
Que ronda num silencioso pedido
Sempre deixado de lado
Por crer que não pode ser alcançado

Persistente imaturidade
Permanecerá até qual idade
Até quando não conseguirá reconhecer
Cada vida de cada amanhecer

Caminhando pela beira da estrada
Olhando o verde multicolorido
Deixe um pouco de lado a escalada
Do percurso quase sempre repetido

Chegando à beira do mar
Tirando fotografias com a câmera do olhar
Há o horizonte irradiante da natureza
Com todos os elementos de sua beleza

Sinta-se à vontade, sinta-se em paz
Porque o sentir é a síntese do que se faz
Deixe a água molhar, o sol esquentar
E se deixe merecidamente orgulhar

Há fontes de felicidade
Que estão bem ao redor
Não permita à fugacidade
Impedir que as sinta de cor