Licença Creative Commons O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

quinta-feira, 21 de maio de 1998

Constante Primavera

Por mais que se tente
Não se mente o que se sente
Pois amor e dor são semente
Do coração, não da mente

A chuva fecha o tempo
As lágrimas abrem o coração
E após esta tempestade de momento
A vida nos estende a mão

A vida é assim
Amor e dor possuem esteio
E com esses altos e baixos sem fim
Terminamos sempre no meio

A chuva vai embora
Raia o sol e uma nova era
Tentamos esquecer o antes, vivemos o agora
A vida é uma constante primavera

Carapaça

Os olhos vêem o que querem
Mas o coração vê tudo
Disfarçamos para parecermos fortes
Querendo sempre nos mostrarmos especiais

Todos possuímos um baú trancado
Que um relacionamento destranca
Por detrás de tanta pose e voz firme
Há um ser inseguro e temeroso

Acontece que um leão há de liquidar uma hiena
Ou a covardia se alastra em bandos
Não podemos nos espelhar nos outros
Identidade, personalidade, força de vontade

Se nos escondemos do medo do fracasso
Já estamos fracassando
Se ouvimos o que todos dizem
Somos os outros, não somos ninguém

Não podemos idolatrar um semelhante
Pois um mito não se faz sozinho
Tanta inteligência por baixo
Tanta mediocridade por cima

Andei pensando muito em você
Como te vi, como te vejo
Antes minha deusa, agora meu amor
Talvez você pense assim de mim

sexta-feira, 8 de maio de 1998

Incógnita

Sinto-me uma incógnita
Mudo a cada instante
Sou um adulto
Tenho recaídas de criança

Tento vencer as inseguranças
Lutando contra fantasmas
Penso ser
Às vezes não penso o que será

Dos caminhos a escolher
Muitas vezes trilho os mais complicados
Acabo me perdendo
Sempre espero me reencontrar

Não sei onde irei parar
Espero que o sol ilumine o meu caminho
E o mesmo vento que me carrega
É o mundo de sonhos que me mantém