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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Das vezes

Das vezes que errei querendo acertar
Que senti raiva querendo amar
Das vezes que não aguentei e desisti
Que querendo chorar, sorri

Das vezes que busquei a felicidade
Por caminhos tortuosos e torturantes
Das vezes que lembrei de outra idade
E vi que as coisas não são mais como antes

Das vezes que mesmo arrependido insisti
Que entorpecido não me reconheci
Das vezes que vi que era melhor parar
Para conseguir voltar a caminhar

Das vezes que me levantei ou fiquei deitado
Que rejeitei ou fui rejeitado
Das vezes que fiz o que não desejei
Que, por ilusão ou comodismo, aceitei

Das vezes que tentei agarrar mas voou
Que por dentro gritei e não ecoou
Das vezes que ganhei ou perdi
Que me apaixonei e nunca mais vi

Das vezes de alegria nas festas e encontros
E saudades nas perdas e desencontros
Das vezes que querendo seguir caso a caso
Acabei no acaso

"Um brinde ao acaso. Um brinde ao que deu certo, ao que não deu em nada. Um brinde ao caminho incerto, à pessoa errada. Um brinde a tudo que acontece, um brinde ao que nunca vai acontecer. Tudo que mudou, e a tudo que nunca vai mudar." - Rodrigo Taveres


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