Sou um morto-vivo
Caminhando no deserto comigo
No horizonte vejo o tudo vazio
Ando pensando no nada vadio
Tenho vertigens constantemente
Isso é o que ocupa minha mente
Não me proporcionaram o real
Não sei se me sinto bem ou mal
Vejo minha casa
Mas quando me aproximo, cria asas
O deserto é meu abrigo
E nele tento fazer um amigo
Converso com os picos
Mas eles não me ouvem, também
O muro não me visitou e sozinho fico
Pois árvore aqui não tem
Vejo, depois somem os frutos
A miragem me segue no claro e no escuro
Vejo a fonte, quando a toco está seca
Sou uma escuridão acesa
Mas aqui vou seguindo
Em um lugar a cada hora
Procuro algo até o fim da história
Mas não sei o que não estou conseguindo
Não consigo me entender
Por que estou assim?
Acho engraçado o meu não ser
E o horizonte ri do meu fim
Me imagine do seu lado
Você me ignoraria
Ou de medo correria
Deste solo rachado
Sou um morto-vivo
Caminhando no deserto comigo
No horizonte vejo o tudo vazio
Ando pensando no nada vadio
Nesse deserto isolado
Só me resta este solo rachado
O meu ser nele foi enterrado
E o meu não ser não foi avisado
O trabalho Reflexões Refletidas de Fabrício Olmo Aride foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. |
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