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terça-feira, 7 de abril de 1998

Andarilho

Sou um morto-vivo
Caminhando no deserto comigo
No horizonte vejo o tudo vazio
Ando pensando no nada vadio

Tenho vertigens constantemente
Isso é o que ocupa minha mente
Não me proporcionaram o real
Não sei se me sinto bem ou mal

Vejo minha casa
Mas quando me aproximo, cria asas
O deserto é meu abrigo
E nele tento fazer um amigo

Converso com os picos
Mas eles não me ouvem, também
O muro não me visitou e sozinho fico
Pois árvore aqui não tem

Vejo, depois somem os frutos
A miragem me segue no claro e no escuro
Vejo a fonte, quando a toco está seca
Sou uma escuridão acesa

Mas aqui vou seguindo
Em um lugar a cada hora
Procuro algo até o fim da história
Mas não sei o que não estou conseguindo

Não consigo me entender
Por que estou assim?
Acho engraçado o meu não ser
E o horizonte ri do meu fim

Me imagine do seu lado
Você me ignoraria
Ou de medo correria
Deste solo rachado

Sou um morto-vivo
Caminhando no deserto comigo
No horizonte vejo o tudo vazio
Ando pensando no nada vadio

Nesse deserto isolado
Só me resta este solo rachado
O meu ser nele foi enterrado
E o meu não ser não foi avisado

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